O governo paulista adiou a cobrança de pedágio pelos eixos dos
caminhões que rodam suspensos --ou seja, que não estão encostados no chão e
que podem estar vazios.
A medida entraria em vigor ontem, quando caminhoneiros fizeram
bloqueios em estradas protestando inclusive contra essa nova cobrança.
Com ela, os caminhoneiros passariam a pagar por todos os eixos, mesmo
quando estivessem viajando sem carga.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) havia anunciado a cobrança como parte
de um pacote que incluiu a suspensão do reajuste do pedágio para todos os
veículos.
O Estado abriu mão de uma receita anual próxima de R$ 400 milhões
devido ao congelamento da tarifa. Parte do valor seria coberta com os
pagamentos dos caminhões que circulam com eixo suspenso.
Segundo a Artesp (agência estadual que regula as concessões das
estradas paulistas), a nova cobrança não começou a ser feita ontem porque são
necessárias "medidas jurídicas" para que isso seja colocado em
prática.
Ela não forneceu, porém, previsão de nova data.
PREJUÍZOS
Alckmin afirmou ontem que os protestos que bloqueiam rodovias são
organizados por uma minoria e que a situação está sob controle.
Ele determinou que a Procuradoria entre com ação contra os
caminhoneiros para impedir bloqueio de estradas e cobrar prejuízos por
interdições. Concessionárias chegaram a entrar com ação.
O governador disse que também beneficiou os caminhoneiros com a
suspensão do aumento dos pedágios nas rodovias de São Paulo.
O reajuste, previsto em contrato, seria próximo de 6,5%, a partir
deste mês.
"Não é que adiamos para o ano que vem, que no ano que vem terá
dois. Nós suprimimos o reajuste. Todos foram beneficiados. A maioria dos
caminhões não tem eixo suspenso. Quem tem eixo suspenso ganhou 3,5%, pois
deixou de ter um reajuste de 3,5%", afirmou Alckmin.
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Fonte.: Folha de S. Paulo
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