A diretora-geral da Agência de Transporte do Estado de São Paulo
(Artesp), Karla Bertocco Trindade, afirmou nesta terça-feira ao Valor que
recebeu com estranheza as críticas feitas pelo diretor de infraestrutura da
Fiesp, Carlos Cavalcanti, na abertura de encontro de logística realizado
ontem. “Estão comparando laranja com banana. Hoje o modelo de menor tarifa
nas concessões é o mais adotado, mas no passado tanto os governos de São
Paulo, do Rio e federal utilizaram o modelo de pagamento de outorga. A
realidade mudou nos últimos anos”, disse.
Ela afirmou ainda que o modelo de construção de rodovias por meio de
concessão, obra pública ou Parcerias Público-Privadas (PPP) são avaliadas
pela Estado. No caso do trecho norte do Rodoanel, segundo ela, o modelo mais
adequado foi a obra pública. “Fazemos uma discussão técnica. Avaliamos
receita, investimentos, tributos e custo dos ativos e vemos o que é mais
viável”, diz.
Na terça-feira (07), Cavalcanti criticou o modelo de concessão de projetos de
infraestrutura adotado pelo governo paulista na última década. Em
contraponto, a federação disse que "o governo federal acertou" no
modelo, adotando o critério da menor tarifa na escolha do vencedor de alguns
dos leilões previstos. "O modelo adotado em São Paulo, de o Estado
construir para depois conceder não é bom. São Paulo parou no tempo",
afirmou.
Ontem, o presidente da Dersa, Laurence Casagrande, também afirmou ao Valor
que, neste caso, a obra pública era a melhor alternativa. “Fazer o trecho
norte do Rodoanel como obra pública, era mais interessante por que tinha
dinheiro da União e financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID) com juros baixos”, disse. Ele classifica o tom usado por Cavalcanti
como de “campanha política” e diz que os números dados por ele referentes ao
trecho norte do Rodoanel estão equivocados. “Vai custar R$ 5,6 bilhões, com
desconto de R$ 400 milhões e não R$ 8,5 bilhões como ele apontou. Ele está
equivocado com números e histórico do projeto”, diz.
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Fonte.: Valor Econômico
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