Parte de um pacote de obras para tentar destravar congestionamentos em
algumas das principais rodovias que ligam a cidade de São Paulo ao interior
do Estado deve estar pronto até a metade deste ano, de acordo com anúncio
feito ontem pelo governo paulista. Novas pistas nas rodovias dos Bandeirantes
e na Anhanguera também foram anunciadas.
A promessa da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) é
que 39 km de obras na Imigrantes, na Ayrton Senna, na Anhanguera e no trecho
oeste do Rodoanel sejam entregues antes das férias escolares de julho, ao
custo de R$ 73 milhões.
Segundo a agência, os recursos vêm da cobrança de pedágio e os gastos
não implicam novos postos de cobrança, pois as ampliações já eram previstas
em contrato com as concessionárias.
A rodovia dos Bandeirantes, maior trecho de pistas adicionais, porém,
só vai ter a reforma iniciada em maio.
Será construída uma faixa adicional, nos dois sentidos, entre a
capital e Jundiaí. Serão 62 km de pista nova que deverão estar prontos em
abril de 2014.
O mesmo vai ocorrer com dois trechos da Anhanguera, um entre Vinhedo e
Louveira e outro na região da cidade de Americana. Hoje, há outros dois
pontos da rodovia em obras: em São Paulo e entre Jundiaí e Louveira.
Segundo a agência reguladora de transporte, a capacidade de tráfego
será ampliada em 25% no trecho a ser alterado da Bandeirantes.
Atualmente, em feriados prolongados, o local chega a ter
congestionamentos de cerca de 15 km. Diariamente, circulam na rodovia 126 mil
veículos.
SATURAÇÃO
Para Sérgio Ejzenberg, mestre em transportes pela USP, obras em
trechos específicos de rodovias que estão saturados são importantes, mas têm
prazo de validade.
"Obras localizadas podem ter um grande efeito positivo para o
cidadão, que deverá ficar menos tempo preso no trânsito, mas é preciso que
elas sejam bem planejadas em seus objetivos e que se gaste pouco. A longo
prazo, é preciso investir em transporte de massa, como trens de subúrbio que
atendam cidades próximas à capital."
A avaliação da Artesp é que os motoristas não enfrentem bloqueios nos
trechos em obras, mas que, em alguns horários, pode haver alguma diminuição
de velocidade.
Já para Karla Bertocco Trindade, diretora-geral da agência, as obras
devem dar conta da demanda até, pelo menos, 2018.
"Isso vai depender do desenvolvimento econômico do país. De
qualquer forma, não é possível pensar em expansão de rodovias sempre, pois o
espaço disponível está acabando. É preciso pensar em novas
alternativas."
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Fonte.: Folha de S. Paulo
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