A
produção de ônibus e caminhões tem puxado o desempenho geral da indústria
automobilística para baixo este ano. No consolidado de 2012, até maio, a produção,
quando se considera todos os resultados das montadoras no Brasil, está 9,5%
abaixo do registrado em 2011.
Nessa
participação, está o recuo de 32,8% na fabricação de caminhões e 31% de ônibus.
A produção de veículos está 7,8% menor. Saíram das fábricas brasileiras até 31
de maio 1.279.699 unidades contra 1.414.795 veículos. Os dados foram divulgados
na quarta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea).
A
retração na atividade de produção de caminhões e ônibus pode é efeito da
redução da jornada de trabalho e férias coletivas concedidas pelas montadoras
no mês passado. A produção em maio alcançou 11.275 unidades contra 19.069 no
mesmo mês de 2011, uma queda de 40,9%. Com isso, a produção no consolidado do
ano ainda está em 54.177 veículos quando em 2011 o número já estava em pouco
mais de 80,5 mil caminhões fabricados.
Enquanto
isso, em termos de vendas – tanto no mercado interno quanto externo – o
desempenho está melhor do que em 2011. Os emplacamentos até maio apresentam
queda menos intensa com retração de 12,5% e as exportações estão 10,6% menores.
Na soma entre as exportações e os emplacamentos, de janeiro a maio foram 69.025
unidades comercializadas, o que mostra a redução de estoques em quase 15 mil
veículos.
Porém, as
importações de 2.323 unidades continuam a pressionar o mercado, pois
representam uma elevação de 65,5% na comparação com 2011, quando as vendas
estavam aceleradas.
Em maio,
na comparação com abril, houve retração de 2,1%, com 10.833 unidades emplacadas.
Já as exportações foram 25% menores na mesma base de dados.
As nove
companhias associadas à entidade fecharam os cinco primeiros meses do ano com
58.278 unidades vendidas, volume 14,2% menor que no ano passado. A MAN continua
na liderança, com 18.503 unidades no ano (3.534 em maio). A Mercedes-Benz segue
na vice-liderança, com 15.373 veículos (2.785 no mês), a Ford aparece em
terceiro lugar, com 9.664 caminhões emplacados (1.690 em maio), e a Volvo, com
5.750 unidades (1.063 no mês passado), ocupa o quarto lugar. A Iveco está na
quinta colocação, com 4.747 caminhões (815 unidades em maio) e a Scania segue
em sexto lugar, com 3.773 unidades novas nas ruas (688 vendas no mês passado).
No
acumulado do ano, os pesados apresentam a maior baixa ante 2011, com 22,4%,
seguidos por semileves com 14,8%, semipesados, com recuo de 12,9% até o final
de maio, e os leves, cuja retração foi de 10,5%. Na contramão dessa tendência
estão os médios com alta de 2,2%. Em volume, os semipesados são os mais
fabricados com 3.811 veículos, pesados vêm a seguir com 2.774 unidades, leves
2.573, médios com 1.092 e semileves com apenas 420 veículos.
Ônibus e
automóveis
Na
categoria transporte de passageiros (incluindo chassis), o desempenho das
vendas voltou a pisar no freio, enquanto no final de abril estava em 1%, ao
final de maio ficou em 5% negativos. No consolidado do ano foram
comercializadas 12.951 unidades.
Com um
dia útil a mais no mercado, as vendas de automóveis em maio na comparação com
abril aumentaram 11%. Já quando se analisa os números de 2011 ainda há queda de
9,6% para o mês passado.
Com isso, ao final de maio o nível de estoques
permaneceu estável em 43 dias, relatou o presidente da Anfavea e da Fiat,
Cledorvino Belini.
As quatro
mais tradicionais empresas do setor mantiveram a posição de mercado no
consolidado do ano. A Fiat ainda figura em primeiro com 286.530 unidades
vendidas (59.482 no mês), a Volks vem em seguida com 266.593 (54.357 em abril)
carros comercializados, a norte-americana GM com 232.937 (54.785 no mês
passado, ultrapassando a Volks em termos de vendas no mês passado, para o
segundo lugar) veículos e em quarto a Ford, 120.991 (24.267 nos últimos 30
dias) unidades novas colocadas no mercado.
Medidas
Belini
disse que as medidas de redução de IPI para automóveis e a melhoria de
condições de financiamento deverão apresentar seus efeitos apenas este mês, com
o aumento das vendas e a redução de estoques nos pátios para algo equivalente a
35 dias.
“Esse
nível deve ser atingido no final da validade do pacote”, disse Belini, que
revelou ainda que o setor utiliza entre 70% e 75% de sua capacidade instalada.
De acordo com ele, a indústria pode produzir de 4,3 milhões a 4,5 milhões de
unidades por ano, mas em 2012 o resultado deverá ficar na faixa de 3,6 milhões a
3,8 milhões de unidades.
Mas o que
mais tem preocupado a entidade que representa as montadoras é mesmo o setor de
caminhões. De acordo com Belini, os estoques atingiram um volume para atender
as vendas num prazo de 60 dias. No entanto, ele acredita que a situação vai
melhorar quando as recentes medidas de estímulo a esse segmento começarem a
surtir efeito e a economia do País retomar a trajetória de crescimento.
Fonte:
Portal Transporta Brasil