Motoristas
que se dirigem de São Carlos até Itirapina (SP) pela Rodovia Municipal Ayrton
Senna são obrigados a pagar pedágio para passar em uma região de represas e
condomínios de luxo. A tarifa de R$ 1,20 por automóvel e R$ 2,80 para veículos
de carga é cobrada nos dois sentidos na praça de pedágio municipal construída
no km 9,5 da rodovia.
Morador
de São Carlos, Paulo Boccato viu na cobrança uma forma de afastar os pobres da
periferia daquela cidade das margens da Represa do Broa, principal atração do
lugar, cujo acesso fica após o pedágio. "Não cobram nada de quem mora nos
empreendimentos milionários que existem ali", reclamou.
A rodovia
dá acesso ao Iate Clube de São Carlos e ao Balneário Santo Antonio, local usado
para a prática de esportes náuticos. Acessa ainda o Clube Vila Pinhal, um
condomínio de luxo que abriga a Pousada do Broa e o Aeródromo José Augusto de
Arruda Botelho.
A
prefeitura alega que se trata de pedágio ecológico instituído há quase vinte
anos pela Lei Municipal 1.514/93 para evitar que a estrada fosse usada como
rota de fuga do pedágio existente na rodovia Washington Luís, entre Itirapina e
São Carlos. Nessa praça, a tarifa básica atual é de R$ 4. No pedágio municipal,
segundo a prefeitura, os veículos com placa de Itirapina são isentos de pagar a
tarifa.
Funcionários
informaram que também os visitantes do condomínio e turistas que se dirigem ao
aeródromo não pagam. De acordo com a prefeitura, a receita do pedágio é
investida na manutenção da rodovia e na conservação das belezas naturais da
região. A receita anual chega a R$ 700 mil.
O
Ministério Público Estadual entrou com ação civil pública, na década passada,
contra o pedágio e a cobrança chegou a ser suspensa. O Tribunal de Justiça de
São Paulo entendeu que a lei não havia definido a finalidade pública do
pedágio. Para não perder a receita, a prefeitura enviou novo projeto à Câmara
com essa previsão e a cobrança foi retomada.
Fonte: Paraná Online