terça-feira, 27 de março de 2012

CAP busca soluções para as filas de caminhões no Porto de Santos


O Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santo sabordará amanhã, em sua reunião ordinária, um assunto que vem causando dor de cabeça aos munícipes da Ponta da Praia, em Santos, usuários do Porto e demais pessoas que passam diária ou esporadicamente pela Avenida Mário Covas Júnior em horário de pico: os congestionamentos, comuns na região desde o início da manhã até o final da tarde.

As filas de veículos se formam devido ao acúmulo de caminhões nos portões de acesso aos pátios da Libra Terminais, na região. Sem uma área própria para estacionar, esses caminhões são obrigados a aguardar na faixa da esquerda, da pista sentido Centro/Ponta da Praia da avenida, para entrar na instalação portuária.
Dependendo do número de veículos de carga à espera, o tráfego simplesmente não flui, conforme a Reportagem flagrou várias vezes nos últimos meses.

Os congestionamentos se agravaram depois de setembro de 2009, quando a operadora perdeu o direito de explorar uma área de estacionamento quase em frente a seu Terminal 33,na mesma avenida.

O espaço de 19 mil metros quadrados e 100 vagas estáticas para caminhões pertence à União Federal e era administrado pela Libra desde 2004. No entanto, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) ordenou sua desocupação por entender que a Codesp não poderia tê-la repassado à Libra, já que era apenas sua zeladora.

Por contrato, a Libra deveria contar com uma área para estacionamento de caminhões fornecida pela Codesp.

Na última quinta-feira, representantes dos caminhoneiros,da Libra,da também operadora Tecondi (com instalações no Saboó), da Codesp e da Prefeitura de Santos se reuniram na sede do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) para discutir questões relacionadas à logística de transportes – entre elas, os congestionamentos na Avenida Mário Covas.

O diretor do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira(Sindicam), Fredy Aurélio Fraile Soares, participou da discussão. Segundo ele, foi a sétima reunião técnica realizada pelo CAP sobre o assunto. Ele mostrou-se pessimista quanto a um desfecho positivo.“O CAP cobrou a Libra sobre a fila (de caminhões na porta de seus terminais) na reunião. Mas cobrou da forma como sempre cobra, de forma muito leve. Isso não serve para a gente”,declarou.

Soares afirma que agendou uma nova reunião coma operadora para tentar buscar soluções para o conflito. De imediato, deu duas sugestões: mudar as balanças de lugar (hoje, elas ficam nas entradas dos terminais) e utilizar o agendamento eletrônico (programação da chegada e da saída das cargas entre os terminais e as transportadoras). A primeira sugestão possibilitaria que os caminhões esperassem dentro da instalação, e não na rua; a segunda evitaria boa parte do tráfego, pois as cargas chegariam ao terminal de forma cadenciada, sem atropelos, de acordo com o sindicalista.

O presidente do CAP, Sérgio Aquino, confirmou que este e outros assuntos serão debatidos na reunião ordinária de amanhã. Perto de deixar o cargo para concorrer à Prefeitura de Santos, Aquino disse que não poderia fornecer mais detalhes sobre o que foi discutido na reunião, em razão de o encontronão ser deliberativo. A Codesp informou que uma solução para os congestionamentos na Ponta da Praia está sendo estudada em conjunto com a Libra e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos.

DÉPOTS

O presidente da Associação Brasileirados Terminais Retroportuários e das EmpresasTransportadoras de Contêineres (ABTTC), Martin Aron, também participou da reunião técnica no CAP. Ele pontuou que os terminais de contêineres vazios (dépots) estão testando os agendamentos. Mas acredita que a pressão sobre estas empresas “é indevida”.

“Um terminal de Cubatão começou a operar 24 horas por dia, durante a semana, e em alguns horários no final de semana. Não recebeu 100 contêineres em um mês, nestes novos horários, uma quantidade muito pequena”,exemplificou. “O porto é 24 horas desde 1996, os usuários é que não são”, completou. A questão dos dépots também deverá ser discutida na reunião de amanhã.

Fonte: A Tribuna