Nos primeiros seis meses deste ano, 195 ocorrências referentes a roubos de carga foram registradas nas delegacias da região, média de uma por dia. A cidade campeã foi São Bernardo, com 89, seguida por Santo André, com 60. Em São Caetano foram oito casos, Diadema chegou a 20, Mauá a 16 e em Ribeirão Pires , dois. As estatísticas são da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
O delegado seccional de São Bernardo, Rafael Rabinovici, afirmou que a inauguração do Trecho Sul do Rodoanel favoreceu o surgimento de novos casos neste ano na região. No entanto, não há dados comparativos que comprovem o aumento. Por dia, cerca de 250 mil veículos circulam pelo anel viário. Iluminação precária e falta de sinalização contribuem para os assaltos frequentes.
Os motoristas passaram a adotar estratégias para fugir das emboscadas armadas pelos ladrões. "Há muita reclamação dos motoristas, principalmente porque o Trecho Sul é muito escuro. Orientamos para que eles andem em comboio de três ou quatro caminhões para não ficarem sozinhos", disse o diretor do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Marcos Antônio Aleixo.
As abordagens dos bandidos são variadas. Alguns aguardam na rodovia, outros assaltam dentro da área urbana. Em São Bernardo , os trechos considerados mais perigosos são as rodovias Anchieta, dos Imigrantes e Índio Tibiriçá. As cargas mais visadas são de medicamentos, eletrônicos e cigarros. "O pontapé da investigação é saber onde os produtos serão distribuídos. Apreendemos a mercadoria para chegar ao autor do roubo", disse Rabinovici.
O delegado defendeu que a identificação dos ladrões depende da articulação entre vários órgãos, como polícias Civil e Rodoviária, Secretaria da Fazenda (para averiguação de notas fiscais falsas) e sindicatos da categoria.
Estado
Em 2010, o prejuízo com o roubo de carga foi de R$ 280 milhões no Estado, segundo o Sindicato de Empresas de Transporte de Carga de São Paulo. As perdas no primeiro semestre chegam a R$ 68 milhões. Aproximadamente 59% dos roubos acontecem em rodovias federais, enquanto 41% ocorrem nas estaduais. Os horários preferenciais dos ladrões são no período matutino, 42%, entre 8h e 11h, quando as transportadoras fazem a maioria das entregas. Os períodos vespertino e noturno correspondem, respectivamente, a 36% e 22%.
Fonte: Diário do Grande ABC