As projeções são da própria Secretaria Estadual de Logística e Transportes de São Paulo: todas as 10 rodovias que desembocam na região metropolitana de São Paulo vão trancar em no máximo cinco anos se nada for feito para aliviar o trânsito de veículos nessa área, principalmente o de cargas.
Isso significa que sete rodovias estaduais, entre elas Bandeirantes, Castelo Branco e Anchieta, bem como e as três federais, Régis Bittencourt, Raposo Tavares e Ayrton Senna, vão conviver quase que praticamente o dia inteiro com congestionamentos similares ao que se vê hoje nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros nos horários de pico. Não é apenas o ir e vir das pessoas que vai perder mais qualidade. O grande prejudicado será o transporte de cargas: ficará caótico e mais caro abastecer o maior centro consumidor do país.
Para chegar a essa conclusão, a secretaria de transportes utilizou modelos de cálculo do Banco Mundial. A instituição faz cruzamentos entre o número de veículos em circulação e a capacidade das vias. Todos os cálculos mostraram que vai faltar estrada e sobrar veículos. Como é praticamente impossível ampliar qualquer uma das 10 rodovias por causa do adensamento urbano, a saída apontada pela própria secretaria é agilizar os investimentos na expansão de outros tipos de transportes, em especial as ferrovias.
Estão sendo reavaliados projetos antigos, como o ferroanel, cordão de trilhos em torno da capital paulista, e a construção de plataformas de cargas intermodais no interior e na capital. Como as obras públicas costumam esbarrar em toda sorte de entraves (falta de dinheiro, atraso do licenciamento ambiental, conflitos de interesses políticos) é difícil prever se qualquer uma dessas propostas, na planilha há anos, finalmente sairá do papel a tempo de evitar a tranqueira do trânsito.
Fonte: Exame