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quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Centro de SP terá veto a carro no domingo
A prefeitura vai fechar a região do centro histórico à circulação de automóveis no próximo domingo para marcar o Dia Mundial Sem Carro.
Das 7h às 17h, a circulação será impedida em algumas áreas dentro da chamada Rótula Central, como na av. São João e na rua 25 de Março.
Ficam na área proibida, por exemplo, pontos turísticos como o Theatro Municipal, o mosteiro de São Bento e a Galeria do Rock.
Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, não serão aplicadas multas. "Haverá agentes orientando os motoristas que naquele dia ele não pode entrar", disse o secretário Jilmar Tatto.
Os ônibus e moradores da área serão liberados.
Segundo a prefeitura, a intenção é demonstrar "como ficaria o centro da cidade caso os veículos particulares não circulassem". O objetivo é debater o uso do carro e incentivar o transporte público e meios alternativos.
A medida da gestão Fernando Haddad (PT) é a primeira restrição adotada no Dia Mundial Sem Carro, após ações tímidas nos últimos anos, como a realização de campanhas e a criação de faixas de carona solidária. É a primeira vez, porém, que a data cai em um domingo.
O evento foi criado na França em 1998 e se espalhou pela Europa. Em São Paulo, é realizado desde 2003, mas só entrou no calendário oficial em novembro de 2009.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) fixou faixas na região central alertando sobre a proibição.
PESQUISA
Uma pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo aponta que cresceu o número de paulistanos que se dizem dispostos a deixar seu carro em casa.
Segundo o levantamento, 61% dos usuários frequentes de carro largariam o automóvel "com certeza" se houvesse uma boa alternativa de transporte público. No ano passado, o índice era de 44%.
Questionados sobre os motivos que os levariam a aderir aos ônibus, a maioria respondeu que seria a diminuição do tempo de espera e a melhoria dos veículos.
Apesar da tendência, a pesquisa aponta também que o uso do carro cresceu de 23% para 27% e que a avaliação do transporte público continua baixa: de 0 a 10, foi atribuída nota 4,1, a menor desde o início da avaliação, realizada a partir de 2008.
O levantamento mostra ainda que 53% das pessoas disseram ser contra a ideia de aumentar o preço da gasolina para baratear a tarifa do transporte público.
Defendido por Haddad, um estudo da FGV aponta que um aumento de R$ 0,50 poderia reduzir a tarifa em R$ 1,20.
Entre os usuários frequentes de carro, o índice dos que são contra sobe para 64%.
Por outro lado, a pesquisa indica que aumentou a aprovação de medidas polêmicas em relação a 2012, como a ampliação do rodízio para dois dias (de 37% para 49%) e a cobrança de pedágio urbano (de 17% para 27%). Entre quem usa carro, porém, a aprovação é menor, 36% e 19%, respectivamente.
O Ibope ouviu 805 pessoas entre 20 e 27 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Fonte: Folha de S. Paulo