Em janeiro, o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) completou 15 anos.
Sua criação foi um marco no que tange as políticas públicas da área, pois
contempla todas as atribuições do setor. Uma das grandes mudanças foi a
organização dos papéis entre os entes da federação, destinando aos municípios
uma grande parcela da responsabilidade sobre o trânsito. Porém, passada mais
de uma década, apenas 20% das cidades brasileiras aderiram ao Sistema
Nacional de Trânsito (SNT). De acordo com a Federação das Associações de
Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o Estado é o que possui o maior
número de cidades integradas SNT, 420.
As informações foram dadas por Vera Viviane Schmidt, doutora em
Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), durante seminário
realizado ontem na Famurs sobre os 15 anos do CBT. De acordo com ela, coube
às prefeituras a maioria das atribuições de fiscalização das vias, mesmo sem
terem capacidade para essa tarefa. Contudo, se o município não está integrado
ao SNT, não tem atribuições legalmente estabelecidas. “As multas geradas em
80% dos municípios brasileiros, que são os que não estão integrados ao
sistema, são inválidas”, afirma.
De acordo com Vera, quase 68% da população vive em locais integrados
ao sistema nacional, e cerca de 80% dos veículos estão nos municípios que já
aderiram. Essa constatação mostra que existem entraves para as pequenas
cidades aderirem ao SNT. “As principais atribuições da esfera municipal são a
gestão do trânsito urbano, a sinalização, o registro, a fiscalização e o
controle do transporte coletivo e de aluguel. Porém, quando isso foi
instituído no Código, as esferas federal e estadual já tinham uma estrutura
de gestão na área de transporte, e a maioria das prefeituras, não. Assim,
precisaram começar do zero”, explica.
Outra questão levantada por Vera é o que ela chama de “paradigma
fiscalizatório”, que coloca o trânsito como uma questão de polícia, que prima
pela fiscalização e pela punição dos infratores e só depois pensa na educação
da população. “Cabe ressaltar que as políticas de trânsito geram certa
culpabilidade, pois são focadas apenas na punição. Em alguns municípios
pequenos, os prefeitos têm resistência em aplicar multas, pois todos se
conhecem e acabam reclamando pessoalmente, o que pode influir no seu conceito
dentro do município. O ideal seria que essa fiscalização estivesse ligada a
ações educativas”, diz.
|
|
Fonte.: Jornal do Comércio/RS
|
Criada em 1989 a RDC dedica-se ao desenvolvimento de soluções integradas de softwares de gestão corporativa e logística para o mercado latino americano. Empresa genuinamente brasileira, a RDC busca atender às necessidades específicas de seus clientes. Como consequência conquistou a liderança nacional em soluções para o setor de armazenamento, movimentação e distribuição de veículos zero km.