A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou na última quarta-feira
(05) projeto de lei que obriga as concessionárias de rodovias federais a
construir estações de apoio para motoristas de caminhão e de ônibus nas
estradas. A proposta não precisa passar pelo plenário do Senado, mas deverá
ser analisada novamente na Câmara dos Deputados, porque recebeu emendas na
comissão.
O projeto de lei originário da Câmara dos Deputados (PLC 48/2012)
exige a construção de estações de apoio a cada 150 quilômetros, que ofereçam
serviços que garantam conforto e conveniência para os motoristas. A obrigação
só vale para os contratos de concessão de rodovias que forem firmados no futuro.
A construção de locais de descanso nas rodovias com pedágio já tinha
sido incluída na discussão da Lei 12.619, que instituiu a obrigatoriedade de
períodos de descanso para os caminhoneiros, mas esse item foi vetado pela
presidenta Dilma Rousseff.
Para a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), a aprovação da
proposta é importante para que os profissionais possam cumprir com segurança
o descanso determinado pela legislação. “Os espaços são necessários, porque
atualmente eles não existem e a lei não tem condições de ser cumprida em
função de não ter esses espaços”, explica Haroldo Christensen, assessor de
comunicação institucional da associação.
Ele alerta, no entanto, que a medida tem que ser cumprida em todos os
itens, com a construção de estrutura de segurança, alimentação, higiene e
serviços de conserto de veículos, para que os espaços não se tornem meros
estacionamentos. De acordo com Abcam, esses locais podem ser administrados
pelas associações de caminhoneiros.
Segundo Christensen, estudos mostram que um acréscimo de R$ 0,03 no
preço dos pedágios poderia cobrir os custos das concessionárias com a
construção dos pontos de apoio. “As próprias concessionárias federais já têm
verba para isso.”
Para o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de
Rodovias, Moacyr Duarte, a obrigatoriedade de construção dos pontos de apoio
para os caminhoneiros não vai causar grande impacto para as empresas, nem
alterar os preços das tarifas no futuro. “O setor de transportes avalia que
não vai ter um grande impacto na tarifa, e tem um fato positivo porque vai
atender a um cliente importante das rodovias, que são os caminhoneiros”,
disse Duarte.
Ele espera que as medidas sejam aprovadas em breve e incluídas nos
próximos editais de licitação do Plano de Investimentos em Logística, que
pretende conceder à iniciativa privada 7,5 mil quilômetros de rodovias.
O autor da proposta, deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC),
argumenta que a jornada de trabalho excessiva dos caminhoneiros tem como
consequência o crescente número de acidentes graves nas estradas envolvendo
caminhões. “Os caminhoneiros estão trabalhando além do limite de suas forças
físicas, se arriscando para entregar mais rapidamente suas cargas na
tentativa de descansarem o quanto antes possível”, diz o parlamentar, na
justificativa do projeto de lei.
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Fonte.: O Serrano
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