Depois de um ano de anúncios, fica para 2013 a expectativa de um ano
de realizações, com desdobramentos de projetos distribuídos em todo o país. “A
expectativa é que os projetos comecem a ser contratados ou tenham obras
iniciadas. Se vier tudo o que é esperado, teremos uma avalanche de obras”,
diz Maurício Endo, sócio da área de infraestrutura da consultoria KPMG, que
estima em 30 o número de empreendimentos a serem contratados este ano.
O trem-bala, que ligará Campinas, São Paulo e Rio, já com um novo
edital, segmenta o projeto e tem mais chances de atrair investidores do que a
versão original, que concentrava muito risco e o aporte de R$ 33 bilhões para
um só consórcio. “Esta licitação será um balão de ensaio para outras obras”,
afirma Fernando Marcondes, sócio do L.O.Baptista-SVMFA Advogados. “O novo
edital despertou interesse. Não há dúvidas de que está mais atraente do que o
primeiro.”
A dúvida é se o governo usará o sistema antigo (Lei das Licitações) ou
o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), diz.
Ainda em São Paulo, espera-se uma linha ligando o interior ao litoral.
“Já foi aprovada a proposta preliminar para a construção da infraestrutura,
implantação de equipamentos e sistemas e compra de material rodante para a
operação de uma rede integrada de linhas de trens abrangendo Santos, Mauá,
São Caetano, Santo André, Jundiaí, Campinas, Americana, São José dos Campos,
Taubaté e Sorocaba, com conexão com uma estação no centro de São Paulo”,
elenca Marcondes. “É uma concessão patrocinada, de 35 anos e investimento de
R$ 18,5 bilhões.”
Para as ferrovias federais, a expectativa é que saiam 12 concessões,
totalizando 10 mil km. “O governo deve pagar por disponibilidade, livrando os
consórcios do risco de demanda. Por isso, os investidores estão achando o
setor mais interessante do que o de rodovias”, afirma Endo.
Um lote de concessões de rodovias federais é esperado já para o
primeiro semestre.
Saneamento básico é a bola da vez nas obras
O futuro das grandes obras de infraestrutura está em saneamento, setor
pouco atendido, mas promissor, graças à estabilidade da receita e à enorme
base a ser atendida: 70 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à rede de
esgoto, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Dando uma ideia do potencial de negócios no segmento, o consultor
Maurício Endo, sócio-líder de infraestrutura da KPMG, estima em R$ 400
bilhões, ao longo de vinte anos, o montante que o país precisa investir para
levar saneamento básico a todo o território nacional.
A conta é mais ambiciosa do que a prevista no Plano Nacional de
Saneamento Básico (Plansab), que prevê R$ 270 bilhões até 2030 para
universalizar os serviços de água e esgoto.
A universalização dos sistemas deve vir por meio de parcerias
público-privadas (PPP), modelo no qual as cidades estão apostando. A cidade
do Rio de Janeiro, por exemplo, iniciou a implementação da rede numa área da
região norte, em meados deste ano, ao custo de R$ 1,5 bilhão, apoiada numa
parceria do gênero. Pernambuco também apelou para o sistema a fim de prover
sistema de esgoto à região metropolitana de Recife, num projeto de R$ 4
bilhões.
São investimentos consideráveis, mas a tarifa a ser recebida —
composta por contraprestação e taxas pagas pelo usuário — pelo concessionário
cobrirá o custo de construção.
“A iniciativa privada possui capacidade de investimento, conhecimento
técnico e competência comprovada no saneamento, além de proporcionar a
segurança de que os investimentos serão realizados de acordo com documentos e
prazos definidos em contrato”, diz Roberto Muniz, presidente da Associação
Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto
(ABCON)
Levantamento da entidade indica que os investimentos no setor em 2012
atingiram R$ 760 milhões, incremento de 48% sobre 2011. Foram firmados dez
contratos com 19 municípios. A participação do setor privado ainda é pequena.
“Mas coloca a iniciativa privada como uma real alternativa para levar adiante
os projetos que se tornam cada vez mais urgentes e desafiadores, diz Muniz.”
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Fonte.: Brasil Econômico
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