A cidade de São Paulo virou um grande “Big Brother”, com câmeras e
radares por todos os lados para flagrar motoristas desatentos. A CET
(Companhia de Engenharia de Trágefo) dispõe de 350 câmeras de monitoramento e
582 equipamentos de fiscalização eletrônica em operação, os chamados radares.
Esses aparelhos são responsáveis por 73,7% das multas aplicadas, ou
5.394.298 de autuações só nos primeiros nove meses deste ano. Outras
1.332.698 multas (18,2%) foram efetuadas pelos agentes da CET e 588.883
(8,1%) por policiais militares, num total de 7.315.879 autuações.
O número de multas aplicadas na capital vem crescendo progressivamente
e, neste ano, deve superar as infrações registradas em 2011, quando 9.513.648
autuações foram feitas, um aumento de 36% sobre 2010.
Os radares em operação na cidade são dos tipos fixos, barreiras
eletrônicas, portáteis, Refis (Registradores Fotográficos de Infrações nos
Semáforos) e Reifex (Registradores Fotográficos de Invasão em Faixas Exclusivas).
A companhia não informa quantos são de cada tipo.
Além desses radares, existem ainda em operação equipamentos que
possuem a tecnologia LAP (Leitores Automáticos de Placas). Esses estão aptos
a fiscalizar rodízio municipal de veículos, excesso de velocidade, ZMRC (Zona
Municipal de Restrição a Caminhões), ZMRF (Zona Municipal de Restrição a
Fretados), infrações em semáforos, parada sobre a faixa de pedestres,
conversão proibida, invasão à faixa exclusiva de ônibus e motocicletas.
Na outra ponta da linha-dura criada pela Prefeitura para fiscalizar o
trânsito estão 2,4 mil agentes, os chamados marronzinhos, que vão para as
ruas da cidade diariamente. Para o advogado Cesar Lopes Piovezanni,
especialista em trânsito, mais importante do que punir é educar a população e
criar uma consciência para os riscos gerados pelas imprudências. “Cabe às
autoridades esse processo.”
Rodrigo Ortiz, flagrado por um radar numa velocidade 15% superior à
permitida, não acredita que a multa tenha caráter educativo. “Estava a 58
quilômetros por hora. A multa é só para arrecadar dinheiro”, diz.
Infrações de 2011 renderam R$ 724 milhões à Prefeitura
Em 2011 foram arrecadados R$ 724 milhões com autuações de trânsito na
cidade de São Paulo. Por determinação legal, esse valor deveria ser destinado
ao FMDT (Fundo Municipal de Desenvolvimento do Trânsito), que tem por
objetivo exclusivo financiar, expandir, aprimorar e investir em programas e
projetos de desenvolvimento do trânsito da capital paulista. Do valor
arrecadado, 5% são repassados automaticamente à União cada vez que uma multa
é paga. Os recursos do FMDT são investidos em sinalização, treinamento dos
agentes, programas de educação no trânsito, renovação da frota da CET,
monitoramento e operação do trânsito, manutenção de semáforos, serviços e
projetos de engenharia de tráfego, entre outros.
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Fonte.: Diario SP
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