Câmbio e logística formam uma dupla que atrapalha as exportações. Até
algum tempo atrás, esse diagnóstico seria facilmente aplicado ao Brasil. Mas,
agora, essa análise pode ser adotada para os EUA. O cenário adverso é válido
para os produtores americanos de pera, que iniciaram em outubro mais uma
temporada de embarques da fruta para o Brasil.
Responsável por mais de 80% da pera produzida nos EUA, a Pear Bureau
Northwest (USA Pears), associação que representa os produtores dos Estados de
Oregon e Washington, trabalha para sustentar o volume exportado na safra
2011/12, quando os brasileiros compraram 12 mil toneladas da fruta. De clima
temperado, a pera é a fruta mais importada pelo Brasil - foram 186,9 mil
toneladas entre janeiro e outubro, segundo a Secex. Os EUA são o quarto maior
fornecedor, atrás de Argentina, Portugal e Espanha.
"Não temos expectativa de crescimento. O dólar mais apreciado
reflete diretamente nas exportações", diz Francesco Sicherle,
representante da USA Pears. Além disso, afirma, os embarques dos associados
para o Brasil estão próximos de seu "limite" logístico. Um
carregamento de pera americana leva 40 dias para chegar até o porto de
Santos. "Nosso tempo em trânsito aumentou nos últimos anos. Já estamos
perto do limite".
Diante das dificuldades, o Brasil pode perder espaço na tabuleiro das
exportações americanas da fruta. Hoje, o país é o terceiro principal destino,
com 7% das exportações de pera, atrás de México (46%) e Canadá (18%).
"Seremos seguidos bem de perto por Rússia, Índia e Colômbia",
aposta Sicherle. Em 2011/12, as exportações totais de pera dos EUA se
aproximaram de 170 mil toneladas.
A perda de competitividade das exportações da fruta para o Brasil, que
se aprofundou neste ano com o câmbio, conta com mais dois ingredientes: a
retomada do mercado interno dos EUA e a quebra da produção global neste ciclo
2012/13.
"O mercado americano está aquecido. Então, você consegue bons
preços sem precisar viajar tanto", afirma Sicherle. Ele estima que,
nesta safra, os EUA representarão 70% das vendas da pera produzida pelos
agricultores de Oregon e Washington, ante os 63% da safra passada. "Se
continuar no atual ritmo, as exportações não passam de 30%", diz o
executivo.
O representante da USA Pears lembra, ainda, que as condições climáticas
derrubaram a produção de pera em quase todo o continente europeu, com quebras
em importantes produtores, como Espanha e Portugal. "Na Europa, o único
que não teve prejuízo foi a Polônia", afirma.
Com a menor colheita europeia, ele prevê que as exportações americanas
abocanhem mercados que oferecem melhores preços, em detrimento do Brasil.
Porém, esse espaço não será tão grande, já que a colheita americana sofreu
com o inverno severo de 2011. Em 2012/13, os EUA devem colher 19 milhões de
caixas, ante as 21 milhões do ciclo passado.
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Fonte.: Valor Econômico
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