Os
ataques às equipes de escolta armada aumentaram 25% de abril a julho nas
rodovias da região de Campinas (SP). Os dados do sindicato da categoria indicam
que o principal alvo são caminhões e carretas com produtos eletrônicos. As
quadrilhas aproveitam as falhas na segurança para assaltar as cargas que chegam
no Aeroporto Internacional de Viracopos, das empresas de combustíveis, de
produtos eletrônicos e farmacêuticos.
Para o
presidente do Sindicato das Empresas de Escolta, Autair Iuga, as limitações
para a utilização das armas permitidas pela Polícia Federal, blindagem e
utilização de acessórios na defesa dificultam os trabalhos da segurança privada
armada. “Favorece positivamente para o lado dos criminosos por conta de ser
desproporcional os calibres das armas”, explica.
Para
fazer a segurança da carga, os vigilantes trabalham em dupla e com uma
distância de 100 metros do caminhão e a orientação durante um assalto é tentar
fugir dos bandidos. “As armas liberadas são potentes, no entanto ficamos em
desvantagem porque são duas armas, enquanto as quadrilhas muitas vezes estão em
três carros com armas mais potentes”, disse o vigilante Fábio André Rizzatto.
Perigo
A Rodovia
Adalberto Panzan, que liga as rodovias Anhanguera a Bandeirantes, é considerada
pelos vigilantes uma das mais perigosas por ter áreas de sombra na comunicação,
ou seja, não há sinal nem de rádio nem de telefone celular.
Em um dos
casos de tentativa de assalto na Rodovia Bandeirantes, uma criança de 9 anos
foi vítima de bala perdida na sexta-feira (29). Um segurança e outra criança
também ficaram feridos. Segundo polícia que fez a perícia no local, o carro da
escolta tinha várias marcas de balas e de alto calibre.
Segundo
Iuga, para combater roubos na estrada uma atuação mais eficaz da polícia na
investigação dos casos poderia inibir a ação dos assaltantes. "Quando se
tem uma atuação de roubo de carga, depois de cerca de uma hora, os vigilantes e
os motoristas são liberados. O que nos leva a crer que em um raio de até 100
quilômetros esta carga está sendo desovada e esfriada para ser transportada
posteriormente”, afirma.
A Polícia
Civil de Campinas e a Secretaria de Segurança Pública foram procuradas, mas até
esta publicação não comentaram o caso.
Fonte: G1