O custo
do transporte por cabotagem é em média 15% mais barato que o realizado pelo
modal rodoviário. Esse percentual é aplicado para distâncias acima de 1,5 mil
quilômetros. Em percursos maiores, como de Santa Catarina até Manaus, o custo
do frete chega ser até 40% menor do que transportar produtos por caminhão. Os
dados foram apresentados pela especialista em logística, Clara Rejane Scholles,
durante reunião da Câmara de Transporte e Logística da Federação das Indústrias
(FIESC), realizada nesta quinta-feira, dia 26, em Florianópolis.
Clara
destacou que a entrada em vigor da lei (12.619/2012), que regula a profissão de
motorista, deve elevar os custos do frete do transporte rodoviário em até 30%.
A legislação estabelece intervalo para descanso a cada quatro horas de
trabalho, o que poderá reduzir a produtividade do motorista.
Consequentemente,
as empresas terão que contratar mais profissionais. Diante desse cenário,
"a cabotagem é uma alternativa viável e sustentável no longo prazo",
disse a especialista, ressaltando que esse modal é menos suscetível a roubos e
polui menos que o rodoviário.
A
cabotagem é o transporte marítimo entre portos brasileiros. Ela representa 14%
entre todos os modais de transporte. Scholles, que atua há 27 anos na área,
afirma que é um meio bastante utilizado e a tendência, no longo prazo, é que
esse modal represente 25%. Hoje, quatro operadores de cabotagem fazem escala
semanal nos portos de Santa Catarina.
Apesar de
ser mais competitiva, a cabotagem exige mais planejamento por parte da empresa
que precisa embarcar os produtos. Essa modalidade também precisa ampliar o
acesso a informações sobre a carga e aumentar o tamanho dos navios para ganhar
mais escala.
Profissionais
da área presentes na reunião, comandada pelo presidente da Câmara, Mario Cezar
de Aguiar, destacaram que o aumento do transporte por cabotagem reduziria o uso
de caminhões para longas distâncias, mas aumentaria o uso desses veículos para
transportar os produtos para curtas distâncias - da empresa até o porto e do
porto até o destino da carga.
Fonte: FIEST NET