As rodovias
das regiões da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, que dão acesso ao Porto
de Santos, aparecem na segunda posição do ranking de roubo de cargas nas
estradas do interior do Estado. O Departamento de Polícia Judiciária de São
Paulo Interior (Deinter) 6, que abrange os 24 municípios, perde apenas para o
Deinter 2, que reúne 38 cidades da região de Campinas, no interior.
Em maio,
o índice de crimes praticamente dobrou na comparação com o ano passado na
região. No quinto mês deste ano, 40 roubos s foram registrados no Deinter 6.
Já, no mesmo período do ano passado foram 21 ocorrências.
Nos cinco
primeiros meses do ano, foram registrados 143 roubos de cargas. Em 2011, foram
132 no período A listagem, feita pela Secretaria Estadual de Segurança Pública,
aponta a localização do cais santista e o grande fluxo de mercadorias que
trafegam por esta região como os principais motivos para o índice de roubo de
mercadorias. Na área de abrangência do Deinter 6, as rodovias Anchieta e dos
Imigrantes são responsáveis pelo escoamento e abastecimento de carga entre o
Porto de Santos e as principais regiões do Estado e do País.
Já a
BR-116, que passa pelos municípios do Vale do Ribeira, é responsável pela
ligação viária entre o complexo santista e a região Sul do País. Os roubos
também aconteceram na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP 248/55, antiga
Piaçaguera-Guarujá), e na Rodovia Padre Manuel da Nóbrega (SP 55).
Nos cinco
primeiros meses do ano, período em que as estatísticas estão disponíveis, foram
registrados 143 roubos de cargas nas rodovias da Baixada Santista. No mesmo
período do ano passado, 132 ocorrências foram contabilizadas.
Mas, de
acordo com os especialistas em segurança, a situação não é tão crítica como
parece. O motivo é a forma de contagem dos crimes, realizado pela Secretaria de
Segurança Pública do Estado.
Segundo o
órgão, o princípio da transparência obriga que as ocorrências envolvendo roubo
a caminhões ou veículos de entrega de mercadorias em área urbana sejam
contabilizados como roubo de cargas. Neste caso, até assaltos envolvendo
carteiros e suas bolsas de correspondência entram nas estatísticas.
Se um
caminhão de bebidas tem o motorista abordado e roubado no instante em que está
realizando a entrega e apenas uma ou algumas caixas do produto são roubadas, a
ocorrência também é registrada como roubo de cargas. Porém, isto só acontece
quando os bandidos não roubam também o veículo.
Para
comprovar a discrepância entre os dados, pode-se observar os números fechados
do ano passado. No levantamento do Sindicato das Empresas de Transporte
Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), o total de ocorrências de
roubo de cargas registradas na região chegou a 147. Já os números da Secretaria
Estadual de Segurança Pública são bem maiores e alcançam 364 crimes.
O
primeiro dado é referente às ocorrências envolvendo cargas de alto valor
econômico, como as transportadas em contêineres. Já o segundo abrange todos
crimes em que mercadorias são roubadas, independentemente do valor.
Investigações
As cargas
de maior valor, que têm o Porto de Santos como origem ou destino são repassadas
à receptores que comercializam as mercadorias. Neste ano, 30 pessoas ligadas a
quadrilhas de roubo ou furto de cargas foram presas. Cargas conteinerizadas, de
açúcar e café, são as mais procuradas por bandidos.
De acordo
com órgão estadual de segurança, a recuperação de cargas roubadas ocorre com
mais sucesso quando a comunicação do crime é feita com antecedência pela pessoa
que sofreu o assalto. O encontro das cargas acontece em locais próximos às
áreas urbanas, geralmente em periferias, longe de grandes centros.
Geralmente,
os crimes são cometidos por quadrilhas especializadas, formadas por membros com
funções específicas e divididas. Cada um é responsável por uma etapa do crime,
desde a abordagem até a destinação final da carga. O primeiro contato com o
veículo que será roubado ocorre com a utilização de um ou mais veículos,
seguida da retenção do motorista, até que a carga seja guardada em local seguro
para o bando.
Um grupo
formado por integrantes das polícias Civil, Militar e Federal, além de membros
dos sindicatos das transportadoras e dos motoristas, se reúne mensalmente para
discutir formas de prevenir os roubos de cargas na Baixada Santista e no Vale
do Ribeira.
Fonte: A Tribuna