A
Petrobras Distribuidora afirmou que 1,4 mil postos de serviço com sua bandeira
oferecem o diesel S-50 no Brasil. Ainda segundo a empresa, a maioria deles
também comercializam o Flua Petrobras - marca própria do Arla 32, necessário
para o perfeito funcionamento dos motores Euro 5/Proconve 7. O número, contudo,
não entusiasma ainda os frotistas, que têm mostrado resistência à compra dos
caminhões com a nova especificação - eles custam mais caro e o combustível
também tem o preço mais elevado. As baixas vendas têm trazido problemas ás
montadoras, inclusive a MAN Latin America, que já fez cortes de pessoal.
A empresa
afirma que o crescimento do consumo do Diesel S-50, que desde 2009 já era
comercializado em algumas regiões metropolitanas, vem ocorrendo de forma
progressiva, acompanhando a renovação da frota nacional. Hoje o produto
responde por 8,8% do volume total de diesel movimentado pela BR, incluindo o
fornecimento a grandes clientes (frotas cativas de ônibus, transportadoras
etc.).
Entre os
desafios iniciais, destacam-se a logística complexa, a abrangência nacional e a
necessidade de adequação de grande número de postos de serviço, além dos riscos
de contaminação. Para disponibilizar o novo diesel, foram necessários
investimentos da ordem de R$ 500 milhões.
Para o
presidente da BR, José Lima de Andrade Neto, as perspectivas são animadoras:
"Os novos caminhões já estão chegando às ruas. O importante é que a
Petrobras Distribuidora fez o seu dever de casa e está pronta para oferecer o
diesel S-50, o Flua Petrobras e o Lubrax Advento, que compõem a nossa solução
integrada".
Demanda
fraca
A
demanda, ainda tímida, pelo produto, principalmente entre veículos pesados,
preocupa o setor. Entre as razões elencadas para a baixa procura pelo novo
diesel, a mais citada é o prazo dado aos fabricantes de veículos pesados para
entregar, até março, os veículos vendidos e faturados em 2011, cujos motores
podem funcionar com qualquer dos três tipos de óleo diesel a disposição no
país. Como o diesel S50 é o tipo mais ainda não consegue estimular a adesão dos
consumidores, mesmo sendo menos poluente. Alguns analistas afirmam que os
frotistas anteciparam as compras, para adiar o futuro investimento nos veículos
e combustíveis mais caros.
Para a
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a maior
preocupação é com os quase 3 mil postos revendedores, selecionados pelo órgão
regulador para oferecer o diesel S50. Esses postos já compraram o novo
combustível, mas o diesel só pode ficar estocado de 30 a 60 dias, dependendo
das condições de limpeza e filtragem dos tanques.
"Demanda
baixa implica giro baixo do produto e o produto não pode passar do prazo de
comercialização, pois corre o risco de se deteriorar. A ANP vai monitorar para
que a qualidade não se deteriore, mas isso é uma ação dos revendedores. O
mercado de preço é livre, mas não podemos permitir que um combustível de má
qualidade seja comercializado", explicou Dirceu Amorelli, superintendente
de Abastecimento da ANP.
Se, por
um lado, o setor aguarda a chegada da nova frota de veículos pesados, por
outro, a ANP garante que, entre veículos leves movidos a diesel, como
utilitários esportivos e camionetes, está aumentando o consumo do S50. "Os
SUVs [veículos utilitários esportivos, na sigla em ingês] têm demanda crescente
do S50. E, nas frotas cativas, nos grandes centros, o diesel já está presente.
Isso já é um volume significativo, em torno de 6% [do volume total de diesel
vendido no país]. A expectativa é que, até o fim do ano, o volume de demanda do
S50 dobre e represente 12% do mercado e, no futuro, seja 100%", projetou
Amorelli.
Fonte: Diário do Vale