quarta-feira, 11 de julho de 2012

Diesel menos poluente chega a 1,4 mil postos


A Petrobras Distribuidora afirmou que 1,4 mil postos de serviço com sua bandeira oferecem o diesel S-50 no Brasil. Ainda segundo a empresa, a maioria deles também comercializam o Flua Petrobras - marca própria do Arla 32, necessário para o perfeito funcionamento dos motores Euro 5/Proconve 7. O número, contudo, não entusiasma ainda os frotistas, que têm mostrado resistência à compra dos caminhões com a nova especificação - eles custam mais caro e o combustível também tem o preço mais elevado. As baixas vendas têm trazido problemas ás montadoras, inclusive a MAN Latin America, que já fez cortes de pessoal.

A empresa afirma que o crescimento do consumo do Diesel S-50, que desde 2009 já era comercializado em algumas regiões metropolitanas, vem ocorrendo de forma progressiva, acompanhando a renovação da frota nacional. Hoje o produto responde por 8,8% do volume total de diesel movimentado pela BR, incluindo o fornecimento a grandes clientes (frotas cativas de ônibus, transportadoras etc.).

Entre os desafios iniciais, destacam-se a logística complexa, a abrangência nacional e a necessidade de adequação de grande número de postos de serviço, além dos riscos de contaminação. Para disponibilizar o novo diesel, foram necessários investimentos da ordem de R$ 500 milhões.

Para o presidente da BR, José Lima de Andrade Neto, as perspectivas são animadoras: "Os novos caminhões já estão chegando às ruas. O importante é que a Petrobras Distribuidora fez o seu dever de casa e está pronta para oferecer o diesel S-50, o Flua Petrobras e o Lubrax Advento, que compõem a nossa solução integrada".

Demanda fraca

A demanda, ainda tímida, pelo produto, principalmente entre veículos pesados, preocupa o setor. Entre as razões elencadas para a baixa procura pelo novo diesel, a mais citada é o prazo dado aos fabricantes de veículos pesados para entregar, até março, os veículos vendidos e faturados em 2011, cujos motores podem funcionar com qualquer dos três tipos de óleo diesel a disposição no país. Como o diesel S50 é o tipo mais ainda não consegue estimular a adesão dos consumidores, mesmo sendo menos poluente. Alguns analistas afirmam que os frotistas anteciparam as compras, para adiar o futuro investimento nos veículos e combustíveis mais caros.

Para a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a maior preocupação é com os quase 3 mil postos revendedores, selecionados pelo órgão regulador para oferecer o diesel S50. Esses postos já compraram o novo combustível, mas o diesel só pode ficar estocado de 30 a 60 dias, dependendo das condições de limpeza e filtragem dos tanques.

"Demanda baixa implica giro baixo do produto e o produto não pode passar do prazo de comercialização, pois corre o risco de se deteriorar. A ANP vai monitorar para que a qualidade não se deteriore, mas isso é uma ação dos revendedores. O mercado de preço é livre, mas não podemos permitir que um combustível de má qualidade seja comercializado", explicou Dirceu Amorelli, superintendente de Abastecimento da ANP.

Se, por um lado, o setor aguarda a chegada da nova frota de veículos pesados, por outro, a ANP garante que, entre veículos leves movidos a diesel, como utilitários esportivos e camionetes, está aumentando o consumo do S50. "Os SUVs [veículos utilitários esportivos, na sigla em ingês] têm demanda crescente do S50. E, nas frotas cativas, nos grandes centros, o diesel já está presente. Isso já é um volume significativo, em torno de 6% [do volume total de diesel vendido no país]. A expectativa é que, até o fim do ano, o volume de demanda do S50 dobre e represente 12% do mercado e, no futuro, seja 100%", projetou Amorelli.

Fonte: Diário do Vale