segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Acordo libera investimento e pode triplicar capacidade no trecho até 2018


Autoridades do governo do Estado de São Paulo estimam que é possível transportar pelo menos o triplo de carga pela hidrovia Tietê-Paraná. Mas essa capacidade só vai ser atingida em 2018, após uma série de investimentos por parte dos governos estadual e federal. Hoje, operadores transportam, com dificuldades, cerca de 5 milhões de toneladas de cargas, como milho, soja, óleo, madeira, carvão e adubo.

A hidrovia liga cinco Estados brasileiros (Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo) em 2,4 mil quilômetros navegáveis. Um de seus principais problemas é a curta distância entre os pilares das pontes, o que obriga o comboio de quatro barcaças a se dividir em dois. Ou seja, o empurrador atravessa por baixo da ponte com metade da carga, larga as barcaças e retorna para buscar o resto. Essa operação chega a durar duas horas e meia - e há várias pontes pelo caminho.

Um acordo entre o governo federal e o Estado de São Paulo, feito há quatro meses, promete finalmente destravar os investimentos necessários. A hidrovia deve receber R$ 1,5 bilhão até 2014, sendo R$ 900 milhões do PAC 2 e R$ 600 milhões do governo estadual. Até o fim deste ano, no entanto, só serão investidos 17% desse montante, segundo Casemiro Tércio Carvalho, diretor do departamento hidroviário da Secretaria de Logística e Transportes do Estado.

De acordo com ele, estão em andamento quatro grandes obras. Entre elas, o afastamento dos pilares em duas pontes, o que permitirá a passagem de composições maiores sem necessidade de parar. No segundo semestre, serão licitadas pelo menos mais quatro obras.

Ele explica que há dois grandes pacotes para melhorias na hidrovia. Um deles termina em 2014 e usará todo o investimento de R$ 1,5 bilhão. Entre as melhorias previstas nesse período, estão a ampliação do vão de mais pontes, a dragagem de canais e obras em eclusas. Segundo Carvalho, a ação diminuirá a viagem em até oito horas e reduzirá os custos para as operadoras em cerca de 20%. Além das obras, o montante cobrirá o custo de projetos e estudos para licenciamento ambiental. "Queremos deixar projetos prontos para que, na próxima gestão, as obras estejam prontas para licitação", afirma.

Na segunda fase, de 2015 a 2018, haverá obras mais complexas, como duplicação de eclusas. O objetivo é que, só ao fim desses investimentos, a hidrovia triplique a capacidade de movimentação.

Fonte: Valor Econômico