Até 2022, o Brasil deverá figurar entre os dez países com melhor desempenho logístico no mundo, segundo expectativa apresentada ontem pelo ministro dos portos, Leônidas Cristino, no encerramento do VI Seminário SEP de Logística. De acordo com dados apresentados por ele, ainda em 2007, o País ocupava a 61ª posição no Índice de Desempenho Logístico do Banco Mundial. Três anos depois, em 2010, saltou para a 41ª, e espera-se que já no próximo ano fique em 30º no mundo. Ele explicou que o avanço deve acontecer porque o Governo vem investindo substancialmente no setor portuário, responsável, atualmente, por 95% das relações de comércio exterior brasileiras.
O ministro apresentou ainda o balanço das operações dos portos do País no terceiro trimestre, como exemplo ao trabalho que vem sendo realizado pela SEP. O período, de resultados positivos, foi, para ele, marcado pela "dinamização dos portos organizados". A movimentação de cargas alcançou a marca de 232 milhões de toneladas, o que significa um aumento de 6,9% em relação ao ano passado. Já a quantidade de contêineres saltou 17,3%, em comparação a 2010 e a cabotagem - navegação entre os portos nacionais - cresceu 7,8%.
Leônidas Cristino lembrou dos gargalos do setor, mas fez questão de ressaltar as soluções que estão sendo criadas. A questão da burocracia para ele, entrave importante, deve ser resolvida em parte com o programa Porto sem Papel.
Terminal de passageiros - Outro ponto foi quanto ao processo licitatório do Terminal de Passageiros do Porto do Mucuripe. Ele explicou que também problemas burocráticos estão atrasando essa fase, mas que espera que até o início do próximo ano as obras sejam efetivamente iniciadas.
Desburocratização - Porto sem papel deve sair em 2012.
Considerado uma solução aos entraves burocráticos do setor portuário, o programa Porto sem Papel deve começar a funcionar nos terminais cearenses já no início do próximo ano.
Segundo o presidente da Companhia Docas do Ceará, Paulo André Holanda, o Porto do Mucuripe, por exemplo, já está com quase todos os equipamentos adquiridos, entre computadores e softwares. Eles esperam somente pela compra do scanner, que é de responsabilidade do Governo do Estado.
Investimentos - "Serão investidos cerca de R$ 10 milhões, via Governo Federal, mais R$ 8 milhões do Estado, na compra do scanner", explica. Holanda disse ainda que entre os dias 5 e 9 de dezembro, a equipe da Companhia Docas já será treinada para a operação automatizada, que deve eliminar a papelada no embarque e desembarque de cargas. A experiência do Porto sem Papel já é bem sucedida em grandes portos como o de Santos, Rio de Janeiro e Vitória. Nesses locais, o programa já conseguiu reduzir em 50% o tempo médio de estadia dos navios, que é de cinco dias atualmente. "Isso diminui o Custo Brasil e aumenta a competitividade das nossas mercadorias", explica o gestor da Companhia Docas.
Fonte: Diário do Nordeste