quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Frota de veículos cresce mais rápido que estrutura viária do país



A frota de veículos cresceu acima da estrutura viária nas maiores cidades do país nos últimos anos. A frota de veículos aumentou 92% entre 2002 e 2013, enquanto a extensão do sistema viário aumentou 62%. As informações são do jornal Folha de S. Paulo, com base em uma pesquisa da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) que comparou dados de 438 municípios com mais de 60 mil habitantes.

O coordenador do estudo, Eduardo Vasconcellos, afirma que a malha viária cresce de acordo com o aumento da população. Segundo ele, os congestionamentos cada vez maiores nas grandes cidades e até no interior do país decorrem da explosão da frota de veículos, principalmente de carros e motos.

Vasconcellos explica que a experiência com outras cidades no exterior mostra que a saída para o problema não seria abrir novas ruas e avenidas. A principal solução seria acabar com o estímulo ao transporte individual como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos novos e os subsídios à gasolina. A pesquisa aponta que o preço da gasolina subiu 38% em dez anos, abaixo da inflação.

"Descontando o gasto com a compra e manutenção, o custo de usar o carro em um mesmo deslocamento é equivalente à tarifa do transporte público nas nossas cidades. Na Europa, essa relação é de cinco vezes", diz Vasconcellos em entrevista à Folha de S. Paulo. Ele acrescenta que melhorias do transporte coletivo são urgentes. Mas enquanto o custo benefício do carro for igual ao do ônibus, a maioria das pessoas continuará preferindo o carro.

Futuro – Segundo Vasconcellos, as ações de políticas públicas estruturais no Brasil não tiveram avanços significativos nos últimos tempos. O país também apresenta um elevado potencial de crescimento para a indústria automobilística no mundo, além da Índia e China. Isto é, se não houver incentivos à utilização do transporte coletivo, a tendência é de que os congestionamentos aumentem cada vez mais nos próximos dez anos.

Fonte: Veja