sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Aumento das taxas do Detran chega em janeiro


A partir de janeiro de 2012, motoristas e proprietários de veículos automotores, emplacados no Paraná, vão pagar até 500% a mais em 82 taxas cobradas pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran).

O reajuste foi autorizado pelo governo a partir de um estudo do próprio Detran que apontou que os valores não eram atualizados desde 1995.

Para o motorista José Carlos dos Santos o reajuste foi exagerado. Mesmo sem saber exatamente quais taxas foram aumentadas, Santos considerou os valores altos.

"As taxas do Detran sempre foram absurdas e a gente ainda paga pedágio, paga para estacionar, paga para tudo. Acho que deveria era reduzir", opinou.

De acordo com o estudo do Detran, que embasou a proposta do governo -- aprovada pelos deputados -- nos últimos 16 anos os índices que medem a inflação, como o IGP-M e o INPC, chegaram a 318,93% e 220,39%, respectivamente.

O estudo comparou valores cobrados pelos departamentos de trânsito de Santa Catarina, São Paulo, Bahia e Brasília. Em Santa Catarina um Certificado de Registro de Veículos (CRV) custa R$ 87,20, enquanto no Paraná passa a custar R$ 86,91. O Distrito Federal cobra R$ 116,00 pelo mesmo documento, que sai em São Paulo por R$ 134,37 e na Bahia custa R$ 140.

O reajuste que causou maior impacto entre os consumidores foi a autorização de confecção de placas, necessária quando uma placa é roubada, por exemplo.

A taxa que era de apenas R$ 10,82, vai custar R$ 64,92, aumento de 500%. Outro reajuste impactante foi o de curso de reciclagem. O aumento foi de 267%, saltando dos atuais R$ 65,24, para R$ 239,40.
Reflexos

A maioria dos diretores de centros de formação de condutores (CFCs), ouvidos pela reportagem, acham que o reajuste não vai reduzir o número de clientes, mas deve complicar a vida de quem ainda não fez a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

"O centro não tem o que fazer, a não ser repassar o reajuste. E todo mundo tem que fazer transferência, tem que acertar documentos, por isso não acho que vá diminuir o movimento, mas para quem vai tirar a primeira carteira de habilitação vai complicar", avalia Joice Calorine, do centro JB.

Ela diz que para tirar a CNH o custo, que hoje é de cerca de R$ 1,2 mil deve subir para pelo menos R$ 1,5 mil.

Já o diretor da CFC Nacional, Claudinei Alberto dos Santos, acha que o movimento nas auto-escolas deve sim ser atingido. "Hoje uma CNH já custa de R$ 800 a R$ 1,5 mil e nós parcelamos em até seis vezes. Com este aumento, não sei como fazer. Estamos pensando em aumentar o número de parcelas".

Santos lembrou que quem der entrada na documentação ainda este ano, poderá fazer a CNH ano que vem, pagando os valores antigos. "Mas nós não temos mais vagas para esse ano", ressalvou.

Fonte: O Diário