Os recursos fazem parte do pacote de R$ 4 bilhões que o governo pernambucano precisa investir em Suape até 2014, a fim de abrigar com eficiência todos os empreendimentos prometidos para o complexo industrial que integra o porto.
"Pernambuco vem contratando, em média, R$ 400 milhões por ano ao BNDES. O momento econômico que estamos vivendo, com crescimento em todas as áreas, nos obriga a investir cada vez mais em infraestrutura", afirmou o governador, em nota. Além do banco de fomento, Campos espera financiar as obras com parcerias com o setor privado e com recursos do Tesouro Estadual. Entre 2007 e 2010, o porto recebeu R$ 1,1 bilhão em investimentos públicos.
Instalado em área de 13 mil hectares, a 50 quilômetros do Recife, o Complexo Industrial e Portuário de Suape concentra investimentos privados que somam US$ 21 bilhões. O maior é a refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, que representa um aporte total de US$ 13,5 bilhões. A Petroquímica Suape, também controlada pela estatal, vai custar US$ 2,5 bilhões. Entre dezenas de outros investimentos, há ainda a Companhia Siderúrgica de Suape (US$ 1 bilhão) e o Estaleiro Atlântico Sul (US$ 1,5 bilhão).
A preparação do complexo para a chegada de outros estaleiros está entre as prioridades da carta-consulta entregue por Campos ao presidente do BNDES. De acordo com o vice-presidente do porto, Frederico Amâncio, boa parte dos recursos solicitados será direcionada a obras de dragagem nas áreas onde deverão ser instalados pelo menos dois novos estaleiros: o Promar, controlado pelo grupo PJMR, e o Construcap, do grupo paulista de mesmo nome. Cada um vai investir algo em torno de R$ 200 milhões.
Também será preciso realizar a dragagem das áreas onde se pretende construir quatro novos cais, que se somarão aos cinco já existentes. O empréstimo solicitado ao BNDES contempla ainda a instalação de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) para transporte dos trabalhadores, obras de terraplenagem e de reforço dos molhes, como são conhecidos os paredões de pedra instalados para proteger o porto da força das águas. O projeto de ampliação também prevê a construção de novas estradas de acesso e de um centro de tecnologia ambiental.
"O complexo está em um ritmo acelerado de crescimento, especialmente da área industrial, o que demanda esse investimento para dar todo o suporte de infraestrutura", afirmou Amâncio. Segundo ele, menos da metade da área total destinada a empreendimentos industriais ainda está disponível para novos projetos. A Fiat, por exemplo, não encontrou um terreno que comportasse a sua fábrica e a pista de provas, o que levou a montadora a mudar para o município de Goiana, 110 quilômetros ao norte de Suape
Fonte: Valor Econômico