quinta-feira, 15 de maio de 2014

CCR: Reajuste nas estradas de SP pode vir abaixo da inflação




O grupo de infraestrutura CCR informou que ainda estão sob análise os efeitos oriundos do congelamento das tarifas de pedágio nas estradas do Estado de São Paulo. A companhia indicou que pode receber um reajuste abaixo da inflação neste ano, algo que já vinha sendo dito por alguns analistas.

“A nossa expectativa é que o índice de inflação seja repassado à tarifa. Se vai acontecer algum rebalanceamento para cima ou para baixo, isso ainda será negociado”, disse Flávia Godoy, coordenadora da equipe de relações com investidores da CCR, em teleconferência com analistas.

Em meados de 2013, em meio aos protestos populares contra o aumento das tarifas de mobilidade urbana, o governo de São Paulo decidiu não reajustar os preços de pedágio nas rodovias do Estado. Os contratos previam reajuste anual pelo IPCA.

Em troca do não reajuste, o governo paulista ofereceu às concessionárias diferentes medidas, como a cobrança do eixo suspenso de caminhões — que era proibida antes. Como resultado, a CCR pode ter sido beneficiada além do necessário em 2013 e, por isso, pode receber um reajuste abaixo da inflação.

“A representatividade do [efeito do] eixo suspenso está sob análise. Mas nossa expectativa é repassar a inflação para a tarifa”, afirmou Flávia.

No caso da EcoRodovias, por exemplo, a situação é inversa. A empresa diz que não foi plenamente compensada pelas medidas elaboradas pelo governo e espera receber um reajuste acima da inflação.


Resultado

Apesar de o lucro líquido da CCR ter crescido apenas 1,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2013, para R$ 343,1 milhões, o número veio acima do esperado por diferentes analistas.

Considerando três especialistas consultados previamente pelo Valor, apenas a Votorantim Corretora esperava um trimestre mais forte, com expansão de 2,9% na última linha do balanço.

No caso do BTG Pactual, os analistas esperavam queda de 12% do lucro. A corretora Ágora previa recuo de 3,8%.

Os números da CCR superaram também as projeções de outras casas de análise além das consultadas pelo Valor.

A Ativa, por exemplo, tinha a expectativa de queda de 1,8% no lucro. Para o J.P .Morgan, o lucro veio em linha com o consenso de mercado, apensar de “pressionado pelos custos de projetos recém-adquiridos”.

A limitação do crescimento na última linha do balanço foi influenciada pela maior despesa com juros.

Há pouco, as ações da CCR negociavam com alta de 0,83%, a R$ 18,25.


Fonte: Valor Econômico