terça-feira, 18 de março de 2014

Número de multas de radares portáteis despenca em São Paulo



O número de infrações registradas pelos radares portáteis, conhecidos como radares-pistola, despencou na cidade de São Paulo. A queda foi de 96% neste ano em comparação ao ano passado.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), em janeiro e fevereiro de 2013 foram geradas 4.872 multas pelos seis aparelhos, número que caiu para 362 neste ano.

Somente em fevereiro foram 35 multas. Em comparação, em 2012 e 2013 a média mensal de multas foi de 2.153.

O motivo da queda, diz a CET, foi a tentativa de usar os aparelhos, alugados com o objetivo de flagrar motos acima da velocidade, para fiscalizar todos os tipos de veículo na avenida Paulista.

No fim de outubro, a velocidade máxima da avenida passou de 60 km/h para 50 km/h. A via não tem radares.

Mas os testes naufragaram.

Segundo a CET, as antenas de TV da Paulista causam interferência no sinal do GPS do aparelho, que registra o local da infração. Além disso, o trânsito carregado da avenida dificulta que o agente mantenha o ângulo correto para enxergar o visor do radar e registrar o veículo.

LASER
O radar-pistola funciona com um laser que mede a velocidade do veículo e dispara uma câmera que fotografa a placa do apressadinho.

Com o fracasso dos testes, a CET ainda não definiu como vai fiscalizar a velocidade na Paulista, que não possui radares fixos, diz a empresa, devido às restrições do tombamento de edifícios.

APOSENTADORIA
A baixa eficiência pôs em xeque esses equipamentos, que custam R$ 453 mil por ano aos cofres públicos.

Eles começaram a ser alugados em 2011, para substituir antigos radares móveis.
Com o aumento das mortes de motociclistas, a prioridade passou a ser o combate à impunidade das motos, que escapam dos radares comuns por circularem entre as faixas.

Mas agentes sempre fizeram queixas sobre os radares-pistola, como a dificuldade de enxergar o visor, obter sinal do GPS e carregar seu 1,5 kg.

O contrato de locação vence em agosto, e a tendência, segundo a Folha apurou, é que não seja renovado. Oficialmente, a CET diz que "segue testando a viabilidade do equipamento para decidir se ele será ou não renovado".

Além das reclamações, o motivo é que a nova licitação da fiscalização eletrônica, em fase de finalização, prevê que os 843 novos equipamentos que serão alugados tenham tecnologia capaz de flagrar todos os tipos de veículos, inclusive motos entre as faixas.

A contratação valerá por cinco anos e vai custar cerca de R$ 530 milhões ao todo.

A prefeitura prevê arrecadar R$ 1,2 bilhão com multas de trânsito em 2014, 29% a mais do que no ano passado.

Fonte: Folha de S. Paulo