Nas grandes metrópoles do Ocidente, as instalações portuárias
acompanham seu ritmo de atividades, operando dia e noite. Nem poderia ser
diferente, diante do volume de cargas mobilizadas pelo transporte marítimo.
Sua capacidade de deslocamento reduz o custo operacional em relação a outros
meios do sistema.
O Brasil demorou, por demais, em retomar as prioridades estabelecidas
para esse modal de transportes, apesar da sua extensa rede portuária, seu
papel estratégico ao longo do litoral facilitando o abastecimento dos
principais centros urbanos e da tradição construída pelo País desde a
abertura dos portos em 1808, um dos mimos oferecidos pela Família Real como
agradecimento à receptividade dos nativos aos do Reino.
O tempo tem-se encarregado de corrigir erros imperdoáveis de decisões
administrativas adotadas por gestões governamentais passadas, impostas por
pressões externas pela via das fontes de financiamento. As modalidades de
transportes marítimos e ferroviários sofreram, a partir da segunda metade do
século XX, restrições de toda natureza aos pleitos brasileiros para sua
modernização.
As navegações de longo curso e de cabotagem, bem assim, as estradas de
ferro preencheram o século XIX e a primeira metade do século XX como os meios
prioritários de transportes. Por esses modos, consolidaram a integração do
território nacional, abriram suas praças ao comércio europeu, predominante à
época, ao mesmo tempo em que intensificaram as exportações brasileiras.
Mas, com o tempo de uso, claudicaram, no Império, envolvendo-se em
iniciativas duvidosas, salpicadas por denúncias de irregularidades envolvendo
líderes políticos prestigiados pela Corte. As dimensões continentais do País
sempre se prestaram, muito bem, tanto para o transporte marítimo, como para
os caminhos de ferro varando os sertões.
A República herdou os acertos e desacertos dos dois sistemas,
altamente competitivos, pelo seu baixo custo. Mas a ineficiência operacional
se encarregou de desgastá-los perante a cadeia produtiva. Nem mesmo os
argumentos da logística de grande tonelagem a preços razoáveis convenceram as
agências internacionais de crédito em apoiá-los. A preferência era pelo
rodoviarismo.
O governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) aceitou o desafio de ligar
o País por estradas por onde circulariam os automóveis produzidos
internamente. Assim surgiu a indústria automobilística brasileira, provocando
o desmantelamento da navegação de cabotagem e de longo curso e os velhos
trens encampados pela Rede Ferroviária Federal.
A Secretaria Especial de Portos (SEP), com status de ministério,
tenta, agora, impulsionar o transporte marítimo, a partir das bases físicas
de sua atuação: os portos. O desafio é gigantesco, diante do acúmulo de
problemas estruturais, de especial modo, na área dos operadores dos
ancoradouros, onde há diversificados regimes de trabalho.
A Medida Provisória 595, em votação no Congresso Nacional, objetiva
favorecer o Poder Executivo com instrumentos imprescindíveis à reformulação
da atividade portuária, essencial para o País. Daí a abertura para a
possibilidade de investimentos privados diretos nos portos sob gestão da
União.
Paralelamente, a SEP já está proporcionando nova dinâmica aos portos
para ampliar seu fluxo de cargas. Santos, Rio de Janeiro e Vitória estão
funcionando como Portos 24 horas. Em maio, a inovação alcança o Mucuripe, Suape,
Paranaguá, Rio Grande e Itajaí. Era preciso.
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Fonte.: Diário do Nordeste/CE
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