Com poucas alterações em seu traçado, a Dutra recebe um número maior
de veículos a cada ano. Dados da NovaDutra, concessionária que administra a
rodovia, mostram um aumento de 18% no tráfego de veículos na rodovia no
trecho de São José dos Campos (SP) nos últimos cinco anos, entre 2007 e 2012.
Os números são traduzidos no aumento do congestionamento e de
acidentes, que subiram na mesma proporção, segundo a Polícia Rodoviária
Federal (PRF). Balanço da PRF mostra que foram registrados, em média, 311
acidentes por mês na rodovias federais que cortam a região ao longo de 2012.
Em 2007, foram 260 colisões. A Dutra é a principal e maior rodovia federal
que corta o Vale.
A maioria dos acidentes é colisão traseira. Isso porque diariamente há
congestionamento nos horários de pico de manhã e de tarde entre Caçapava e
Jacareí, onde a velocidade média dos veículos está muito abaixo do permitido.
Quem sente na rotina diária o aumento do tráfego na Dutra são os
motoristas. Trabalhando com transporte universitário entre São José e Taubaté
há oito anos, Jorge Huppert, de 53 anos, viu o crescimento alterar sua
rotina. “Quando comecei a fazer o transporte, em meia hora pegava a Dutra e
entregava os alunos em Taubaté. Hoje gasto quase uma hora", disse.
Huppert acredita que a rodovia não comporta mais o volume de veículos
que recebe e que precisa melhorar sua estrutura. Para ele, o principal
problema é o grande número de caminhões que dividem espaço com os carros. “O
que realmente trava a rodovia são os caminhões, o grande volume de veículos e
principalmente a atitude do motorista no trânsito”.
Nova rodovia
Para diminuir esses gargalos, a NovaDutra informou que vai duplicar a
capacidade da rodovia nos próximos anos. No início de janeiro, a
concessionária deu início às obras de ampliação da pista marginal entre os
quilômetros 151 a 154, em São José dos Campos, no sentido São Paulo. As obras
devem ser concluídas em junho de 2014. Em seguida, também está prevista a
ampliação até o quilômetro 158.
Já no sentido Rio de Janeiro, segundo a concessionária, também estão
sendo feitos estudos internos para avaliar projetos de ampliação nos mesmos
trechos. "Quando concluídas as obras, a rodovia vai duplicar sua
capacidade, com quatro faixas por sentido e o motorista encontrará melhores
condições de fluidez", afirmou Henrique Bekis, gestor de interação com o
cliente da NovaDutra, ao G1.
Segundo ele, mesmo sem o término dessas obras, a rodovia conta com
estrutura adequada para atender o volume de veículos atual. "Apesar do
trânsito intenso em horários de pico, ele não está relacionado a capacidade
da rodovia, mas sim à acidentes, grandes eventos ou feriados
específicos", disse.
O gestor ainda alerta quanto a prudência do motorista ao dirigir,
respeitando as condições da rodovia. "É preciso que o motorista programe
melhor as viagens, para evitar grandes concentrações, respeite os limites da
rodovia e tenha conscientização ao volante", orienta.
De acordo com a concessionária, o número de mortes registradas em toda
a extensão da rodovia em 2012 foi o menor nos últimos 17 anos. De acordo com
o balanço, 195 pessoas morreram na estrada. Desse total, 98 faleceram por
acidentes e 97 por atropelamentos.
Projetos
Procurada pelo G1, a Prefeitura de São José dos Campos informou que
futuras obras de transposição são estudadas pela administração, para que os
motoristas tenham outras alternativas de deslocamento entre regiões sem ser a
Dutra. Os detalhes das obras não foram informados.
A Secretaria de Transportes informou ainda que monitora - por meio da
rede de semáforos - o trânsito nas principais vias de acessos à rodovia, como
os entroncamentos próximos ao DCTA e a avenida Juscelino Kubitschek. O
objetivo é priorizar o fluxo nesses corredores. De acordo com a pasta, também
é feito o monitoramento por meio de câmeras e realizado o deslocamento de
agentes de trânsito para auxílio, quando necessário.
Responsável pela concessão de rodovias no país, a Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) não retornou a solicitação da reportagem.
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Fonte.: G1
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