segunda-feira, 4 de março de 2013

Tráfego cresce 18% no trecho de São José dos Campos da via Dutra


Com poucas alterações em seu traçado, a Dutra recebe um número maior de veículos a cada ano. Dados da NovaDutra, concessionária que administra a rodovia, mostram um aumento de 18% no tráfego de veículos na rodovia no trecho de São José dos Campos (SP) nos últimos cinco anos, entre 2007 e 2012.

Os números são traduzidos no aumento do congestionamento e de acidentes, que subiram na mesma proporção, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Balanço da PRF mostra que foram registrados, em média, 311 acidentes por mês na rodovias federais que cortam a região ao longo de 2012. Em 2007, foram 260 colisões. A Dutra é a principal e maior rodovia federal que corta o Vale.

A maioria dos acidentes é colisão traseira. Isso porque diariamente há congestionamento nos horários de pico de manhã e de tarde entre Caçapava e Jacareí, onde a velocidade média dos veículos está muito abaixo do permitido.

Quem sente na rotina diária o aumento do tráfego na Dutra são os motoristas. Trabalhando com transporte universitário entre São José e Taubaté há oito anos, Jorge Huppert, de 53 anos, viu o crescimento alterar sua rotina. “Quando comecei a fazer o transporte, em meia hora pegava a Dutra e entregava os alunos em Taubaté. Hoje gasto quase uma hora", disse.

Huppert acredita que a rodovia não comporta mais o volume de veículos que recebe e que precisa melhorar sua estrutura. Para ele, o principal problema é o grande número de caminhões que dividem espaço com os carros. “O que realmente trava a rodovia são os caminhões, o grande volume de veículos e principalmente a atitude do motorista no trânsito”.

Nova rodovia

Para diminuir esses gargalos, a NovaDutra informou que vai duplicar a capacidade da rodovia nos próximos anos. No início de janeiro, a concessionária deu início às obras de ampliação da pista marginal entre os quilômetros 151 a 154, em São José dos Campos, no sentido São Paulo. As obras devem ser concluídas em junho de 2014. Em seguida, também está prevista a ampliação até o quilômetro 158.

Já no sentido Rio de Janeiro, segundo a concessionária, também estão sendo feitos estudos internos para avaliar projetos de ampliação nos mesmos trechos. "Quando concluídas as obras, a rodovia vai duplicar sua capacidade, com quatro faixas por sentido e o motorista encontrará melhores condições de fluidez", afirmou Henrique Bekis, gestor de interação com o cliente da NovaDutra, ao G1.

Segundo ele, mesmo sem o término dessas obras, a rodovia conta com estrutura adequada para atender o volume de veículos atual. "Apesar do trânsito intenso em horários de pico, ele não está relacionado a capacidade da rodovia, mas sim à acidentes, grandes eventos ou feriados específicos", disse.

O gestor ainda alerta quanto a prudência do motorista ao dirigir, respeitando as condições da rodovia. "É preciso que o motorista programe melhor as viagens, para evitar grandes concentrações, respeite os limites da rodovia e tenha conscientização ao volante", orienta.

De acordo com a concessionária, o número de mortes registradas em toda a extensão da rodovia em 2012 foi o menor nos últimos 17 anos. De acordo com o balanço, 195 pessoas morreram na estrada. Desse total, 98 faleceram por acidentes e 97 por atropelamentos.

Projetos

Procurada pelo G1, a Prefeitura de São José dos Campos informou que futuras obras de transposição são estudadas pela administração, para que os motoristas tenham outras alternativas de deslocamento entre regiões sem ser a Dutra. Os detalhes das obras não foram informados.

A Secretaria de Transportes informou ainda que monitora - por meio da rede de semáforos - o trânsito nas principais vias de acessos à rodovia, como os entroncamentos próximos ao DCTA e a avenida Juscelino Kubitschek. O objetivo é priorizar o fluxo nesses corredores. De acordo com a pasta, também é feito o monitoramento por meio de câmeras e realizado o deslocamento de agentes de trânsito para auxílio, quando necessário.

Responsável pela concessão de rodovias no país, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não retornou a solicitação da reportagem.

Fonte.: G1