Caminhoneiros estão em sinal de alerta. O aumento do roubo de cargas em São Gonçalo e Itaboraí tem mudado a rotina de empresas e levado a polícia a intensificar as operações na região. De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a outubro de 2011, foram contabilizados 206 assaltos em São Gonçalo, contra 153 casos ocorridos em todo ano de 2010, registrando um aumento de 34%. Na região de Itaboraí ocorreram 68 roubos de janeiro a outubro de 2011, enquanto que em 2010 esse número chegou a 44, o que representa um aumento em 55% o número de ocorrências.
De acordo com a polícia, cerca de 70% dos roubos de cargas ocorrem em áreas urbanas e as mercadorias são escoadas para depósitos clandestinos das quadrilhas e revendidas, sem notas fiscal, para comércios de São Gonçalo e Itaboraí.
Bebidas, remédios, eletrodomésticos e cosméticos são os materiais mais visados pelos bandidos. Os bairros Jardim Catarina, Rocha, Gradim e Galo Branco são os locais com as maiores incidências desse tipo de crime em São Gonçalo.Monitoramento - Para especialistas, o uso do monitoramento via satélite (GPS) e as escoltas armadas coíbem a ação dos criminosos, mas não são fatores preponderantes para diminuir o número de cargas roubadas, como afirma o delegado Oscar Sá, da 72ª DP (Mutuá). “O ideal seria que cada caminhão fosse monitorado através de uma linha direta entre motorista e empresa. Caso o motorista não respondesse no momento certo a delegacia mais próxima seria acionada”, sugeriu.
Oscar Sá já dirigiu delegacias em Casemiro de Abreu, Tanguá, Itaboraí e Rio Bonito e faz um alerta quanto a necessidade de maior fiscalização nas estradas. “Na BR-101, até a entrada de Campos, temos apenas patrulhas em São Gonçalo, Casemiro de Abreu, Rio Bonito e Campos. Não tenho medo de errar: são mais de 200 km de estradas que ficam desguarnecidas”, revelou o delegado.Sindicato quer delegacia especializada na região
De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas de Niterói, Alexandre Nunes, a categoria tem cerca de 4 mil profissionais, entre motoristas e ajudantes, registrados na região.O apoio jurídico às vítimas de roubo tem sido uma das prioridades da gestão de Nunes, que pleiteia junto à Secretaria de Estado de Segurança a instalação de uma unidade da Delegacia.
Fonte: O São Gonçalo