A Prefeitura de São Paulo não tem previsão para instalar no-breaks - que suprem a energia elétrica mesmo em caso de apagão - em todos os semáforos da cidade.
Até o momento, apenas um semáforo com essa tecnologia está funcionando na cidade, desde o último dia 15 -fica no cruzamento das ruas Inácio Pereira da Rocha e Simão Álvares, em Pinheiros.
Ao todo, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) tem contrato para instalação de 200 no-breaks em semáforos até junho deste ano.
Isso significa que apenas 3% dos 6.146 cruzamentos semaforizados de São Paulo vão receber a tecnologia.
Zona de conflito - "Um semáforo é tão importante que não pode simplesmente falhar, eles têm que ser imunes a apagões", diz o mestre em transportes Sergio Ejzenberg, para quem os no-breaks chegam com atraso.
"O cruzamento é uma zona de conflito. Se o semáforo está apagado, podemos ter acidente e desavenças", disse Valter Vendramin, diretor de sinalização da CET, em entrevista há duas semanas.
Vendramin disse que não foi possível ampliar o número de no-breaks por serem muito caros, mas que serão testados para ver "se vale a pena" expandir. O contrato dos 200 custou R$ 1,8 milhão.
A Folha pediu novo contato com ele ontem, mas a CET respondeu via nota.
Neste ano, já houve 1.818 semáforos quebrados, 47 por dia. A companhia de tráfego diz que o número é 20% menor que no mesmo período do ano passado e ações como a instalação de semáforos mais modernos e com no-break vão fazer a média de apagados por dia "cair ainda mais".
São 45 equipes de manutenção, em três turnos, para cuidar de toda a cidade.
O tempo médio de atendimento é de cinco horas.
Foi num cruzamento movimentado da zona sul, com todos os semáforos apagados, que um acidente entre um ônibus e uma Mitsubishi deixou dois mortos e dois feridos na tarde de anteontem.
A CET informou que a causa da falha no equipamento do cruzamento ainda está sendo apurada.
Fonte: folha de S.Paulo