“O Brasil está 15 anos atrasado na questão de sustentabilidade no transporte” é o que afirma Washington Soares, vice-presidente da CBC (Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal) e professor de Gestão Portuária e Terminais do Curso de Logística Portuária da Unisanta. De acordo com o especialista, os terminais portuários brasileiros se restringem muito a uma única matriz de movimentação e escolhem a menos “ecoeficiente”.
A “ecoeficiência” no transporte é uma comparação entre a produtividade do mesmo e seu impacto ambiental, ou seja, é a sua capacidade de carga versus o nível de emissão de poluentes. Para ilustrar este conceito pode-se analisar o impacto ambiental entre um trem e um caminhão, segundo Soares, para uma tonelada movimentada, o modal ferroviário emite apenas 30% do que é produzido pelo rodoviário, em outras palavras, o primeiro é mais “ecoeficiente” que o segundo.
Soares explica que o Brasil peca neste quesito, pois, de acordo com ele, o setor portuário nacional investe pouco em ferrovias. O executivo explica que, por exemplo, o terminal de Santos - o maior da América Latina - restringe o acesso das ferrovias ao porto. Segundo o vice-presidente da CBC, recentemente, a montagem de trens expressos de contêineres foi proibida no complexo santista pelas autoridades que alegaram falta de segurança nas operações.
O especialista, no entanto, afirma que a decisão na verdade favoreceu interesses privados em aumentar a capacidade de armazenagem no terminal e facilitar o acesso de caminhões ao local.
Fonte: WebTranspo