quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Obra no Tietê é 1º passo para o hidroanel


Eclusa é uma obra de engenharia hidráulica que possibilita navegar em locais onde há desnível no leito do rio --ela permite ao barco subir ou descer, conforme o caso.

A licença prévia foi pedida à Cetesb (agência ambiental paulista) e pode ser concedida dentro de um mês.
A eclusa tornaria navegável um trecho de 14 km do rio, até São Miguel Paulista, no extremo leste da cidade. Hoje, o Tietê tem 41 km navegáveis, entre a Penha e a cidade de Santana do Parnaíba.

O projeto do governo é construir um hidroanel de 170 km ao redor da capital, que incluiria os rios Tietê e Pinheiros e as represas Billings (zona sul e ABC) e Taiaçupeba (Suzano). Um canal artificial de 18 km precisará ser feito para ligar as duas represas.

Embora o projeto contemple o transporte de passageiros (principalmente nas represas), a prioridade é transportar lixo, entulhos, material de dragagem do rio, resíduos da construção civil e lodo retirado das estações de tratamento, além de produtos hortifrutigranjeiros.

"É viável a construção do hidroanel. O projeto, se realmente for feito, já se justifica só pelo transporte de material de dragagem e lodo", diz Alexandre Delijaicov, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Ele é um dos pesquisadores que ajudou a elaborar os projetos iniciais --a faculdade venceu uma licitação.

O horizonte para concluir o hidroanel é 2045. Mas há obras de curto prazo, que podem terminar em cinco anos.

A licitação da eclusa será aberta em breve, segundo Casemiro Tércio Carvalho, diretor do Departamento Hidroviário de SP. "Estamos terminando os orçamentos."

No total, a implantação do hidroanel deve custar algo em torno de R$ 4 bilhões.
Ao longo da hidrovia estão previstas a construção de 60 ecoportos (que recebem material já triado), 11 eclusas e 3 portos de destino. "São locais que vão promover a interligação do barco, do trem e do caminhão", diz Delijaicov.

A principal vantagem do hidroanel, dizem os técnicos, é retirar das ruas caminhões que transportam resíduos.

Em alguns casos, será possível usar os rios como uma espécie de piscinão. "É uma alternativa contra as enchentes, que poderá ficar mais barata", afirma Delijaicov.

Fonte.: Jornal Floripa