terça-feira, 3 de julho de 2012

Começa preparação para instalação de antineblina no Salgado Filho


À espera de um sistema que garanta operações de aviões em dias de denso nevoeiro há pelo menos 15 anos, o aeroporto Salgado Filho verá hoje um avanço nessa rota.

Serão abertas pela Infraero as propostas da licitação para escolher a empresa interessada em dar início à primeira fase do processo para receber o ILS categoria 2, equipamento que permite pousos e decolagens em condições climáticas adversas.

— Se não houver recurso, em menos de um mês teremos a empresa escolhida — assegura o superintendente do aeroporto Salgado Filho, Jorge Herdina.

A empresa contratada fará o fornecimento e a instalação de luminárias embutidas no eixo da pista, uma antiga reivindicação para melhorar a operação no terminal.

As luminárias são necessárias para a Infraero dar início à instalação efetiva do ILS2 (Instrument Landing System, na sigla em inglês, categoria 2), que tende a diminuir os fechamentos do Salgado Filho em dias de nevoeiro.

A implantação do sistema inclui ainda outras duas licitações: uma para o acostamento e outra para o sistema de luzes do pátio e da pista de táxi (onde circulam os aviões antes da decolagem e depois do pouso). O custo fica em torno de R$ 40 milhões.

Ainda dentro das obras para a chegada do ILS2, em setembro deverá estar pronta a casa de força, que vai garantir eletricidade para todo o sistema de operação por instrumento.

Herdina confirmou que o ILS2 começará a ser instalado antes mesmo da ampliação da pista de 2,28 mil metros para 3,2 mil metros – projeto que segue ainda em estudos depois de sucessivos adiamentos.

— Uma obra irá complementar a outra — explica o superintendente.

Sistema trará mais segurança quando pronto, diz especialista - A instalação do ILS2 antes da ampliação da pista chegou a gerar controvérsias, em razão do comprimento limitado e de obstáculos no entorno — como a linha do trensurb, viadutos e a BR-116.

— O ideal seria estender a pista e depois instalar o novo sistema. Mas, diante de tanta espera, talvez seja melhor iniciar de uma vez — afirma o professor Elones Ribeiro, diretor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUCRS.

Com o novo sistema, passageiros, tripulação e companhias aéreas devem enfrentar menos contratempos em dias de nevoeiro.

— Os aeroportos do Sul são os que mais sofrem por falta de visibilidade. Em Porto Alegre, é inquestionável, por segurança e por estar na rota do Cone Sul — diz Nicolau Gualda, professor da Escola Politécnica da USP.

Fonte: Zero Hora – RS