segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Situação precária das estradas resulta em frete mais caro para o transporte de cargas


Pelo menos 14 trechos de rodovias estão totalmente ou parcialmente interditados em Minas Gerais, segundo o último relatório do Dnit, divulgado na quarta-feira, 11 de janeiro. O setor de transportes de cargas é um dos mais afetados pelos problemas e o resultado é o aumento do valor dos fretes, para compensar os percalços com os custos operacionais. Em Itabira, algumas empresas já reajustaram o valor em até 10%.

Segundo Dart Oliveira, proprietário de um caminhão que faz frete para Belo Horizonte, devido aos gastos, principalmente com manutenção, precisou aumentar o valor do serviço em 10%. “Estamos gastando mais tempo para fazer o transporte, mais combustível, óleo e muito mais com manutenção dos veículos. Esta semana mesmo paguei R$ 1000 em manutenção”, conta. Dart também informou que como o trajeto exige mais tempo, não consegue fazer três viagens por semana como antes.

O estado mineiro possui a maior malha rodoviária do país. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 2011, dos 14.176 km avaliados no estudo, 41,5% foram considerados em ótimo ou bom estado e 58,5% em regular, ruim ou péssimo, situação que certamente se alterou nos últimos dias.

A situação também tem atrapalhado quem depende do transporte. É o caso do gerente de uma loja de pneus, Vanucélio Silva Soares, 32. Ele conta que desde o ano novo não está conseguindo fazer compromissos com data exata porque as entregas dos produtos têm atrasado muito. “Temos fornecedores em Minas e Espírito Santo e a chegada de mercadoria está atrasando. As estradas do Vale do Aço estão péssimas. Até mesmo para chegada de peças para conserto está gastando mais tempo que o habitual”, reclama. Segundo Vanúcelio, o serviço de frete, das empresas contratadas, subiu 5%.

De acordo com o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Vander Francisco Costa, as regiões atingidas que mais interferem no trabalho dos transportadores são a Zona da Mata e a região metropolitana de Belo Horizonte.

"O empresário tem que ficar atento aos deslocamentos extraordinários com impactos nos custos fixos e também nos custos variáveis tais como suspensão, pneus, consumo de óleo diesel, etc. Portanto, se a operação da transportadora foi afetada, deve-se buscar o reajuste para equilíbrio financeiro, sob pena do comprometimento da saúde financeira do negócio", garante o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Sérgio Pedrosa.

Fonte: De Fato