terça-feira, 12 de junho de 2012

Produção de caminhões continua com o freio puxado e recua 32,8% até maio


A produção de ônibus e caminhões tem puxado o desempenho geral da indústria automobilística para baixo este ano. No consolidado de 2012, até maio, a produção, quando se considera todos os resultados das montadoras no Brasil, está 9,5% abaixo do registrado em 2011.

Nessa participação, está o recuo de 32,8% na fabricação de caminhões e 31% de ônibus. A produção de veículos está 7,8% menor. Saíram das fábricas brasileiras até 31 de maio 1.279.699 unidades contra 1.414.795 veículos. Os dados foram divulgados na quarta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A retração na atividade de produção de caminhões e ônibus pode é efeito da redução da jornada de trabalho e férias coletivas concedidas pelas montadoras no mês passado. A produção em maio alcançou 11.275 unidades contra 19.069 no mesmo mês de 2011, uma queda de 40,9%. Com isso, a produção no consolidado do ano ainda está em 54.177 veículos quando em 2011 o número já estava em pouco mais de 80,5 mil caminhões fabricados.

Enquanto isso, em termos de vendas – tanto no mercado interno quanto externo – o desempenho está melhor do que em 2011. Os emplacamentos até maio apresentam queda menos intensa com retração de 12,5% e as exportações estão 10,6% menores. Na soma entre as exportações e os emplacamentos, de janeiro a maio foram 69.025 unidades comercializadas, o que mostra a redução de estoques em quase 15 mil veículos.

Porém, as importações de 2.323 unidades continuam a pressionar o mercado, pois representam uma elevação de 65,5% na comparação com 2011, quando as vendas estavam aceleradas.

Em maio, na comparação com abril, houve retração de 2,1%, com 10.833 unidades emplacadas. Já as exportações foram 25% menores na mesma base de dados.

As nove companhias associadas à entidade fecharam os cinco primeiros meses do ano com 58.278 unidades vendidas, volume 14,2% menor que no ano passado. A MAN continua na liderança, com 18.503 unidades no ano (3.534 em maio). A Mercedes-Benz segue na vice-liderança, com 15.373 veículos (2.785 no mês), a Ford aparece em terceiro lugar, com 9.664 caminhões emplacados (1.690 em maio), e a Volvo, com 5.750 unidades (1.063 no mês passado), ocupa o quarto lugar. A Iveco está na quinta colocação, com 4.747 caminhões (815 unidades em maio) e a Scania segue em sexto lugar, com 3.773 unidades novas nas ruas (688 vendas no mês passado).

No acumulado do ano, os pesados apresentam a maior baixa ante 2011, com 22,4%, seguidos por semileves com 14,8%, semipesados, com recuo de 12,9% até o final de maio, e os leves, cuja retração foi de 10,5%. Na contramão dessa tendência estão os médios com alta de 2,2%. Em volume, os semipesados são os mais fabricados com 3.811 veículos, pesados vêm a seguir com 2.774 unidades, leves 2.573, médios com 1.092 e semileves com apenas 420 veículos.
Ônibus e automóveis

Na categoria transporte de passageiros (incluindo chassis), o desempenho das vendas voltou a pisar no freio, enquanto no final de abril estava em 1%, ao final de maio ficou em 5% negativos. No consolidado do ano foram comercializadas 12.951 unidades.

Com um dia útil a mais no mercado, as vendas de automóveis em maio na comparação com abril aumentaram 11%. Já quando se analisa os números de 2011 ainda há queda de 9,6% para o mês passado. 

Com isso, ao final de maio o nível de estoques permaneceu estável em 43 dias, relatou o presidente da Anfavea e da Fiat, Cledorvino Belini.

As quatro mais tradicionais empresas do setor mantiveram a posição de mercado no consolidado do ano. A Fiat ainda figura em primeiro com 286.530 unidades vendidas (59.482 no mês), a Volks vem em seguida com 266.593 (54.357 em abril) carros comercializados, a norte-americana GM com 232.937 (54.785 no mês passado, ultrapassando a Volks em termos de vendas no mês passado, para o segundo lugar) veículos e em quarto a Ford, 120.991 (24.267 nos últimos 30 dias) unidades novas colocadas no mercado.
Medidas

Belini disse que as medidas de redução de IPI para automóveis e a melhoria de condições de financiamento deverão apresentar seus efeitos apenas este mês, com o aumento das vendas e a redução de estoques nos pátios para algo equivalente a 35 dias.

“Esse nível deve ser atingido no final da validade do pacote”, disse Belini, que revelou ainda que o setor utiliza entre 70% e 75% de sua capacidade instalada. De acordo com ele, a indústria pode produzir de 4,3 milhões a 4,5 milhões de unidades por ano, mas em 2012 o resultado deverá ficar na faixa de 3,6 milhões a 3,8 milhões de unidades.

Mas o que mais tem preocupado a entidade que representa as montadoras é mesmo o setor de caminhões. De acordo com Belini, os estoques atingiram um volume para atender as vendas num prazo de 60 dias. No entanto, ele acredita que a situação vai melhorar quando as recentes medidas de estímulo a esse segmento começarem a surtir efeito e a economia do País retomar a trajetória de crescimento.

Fonte: Portal Transporta Brasil