sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Economista defende o pedágio urbano


A cobrança de R$ 10 de pedágio na região central seria o suficiente para gerar um aumento de R$ 3 bilhões na receita anual da capital e diminuir o caos no transporte da cidade. Os cálculos são do professor de Economia Brasileira da FEA-USP e membro do Conselho da Cidade, Paulo Feldmann.

O engenheiro apresentou uma palestra sobre a questão do pedágio urbano no Fórum de Mobilidade Urbana, promovido pela Folha de S.Paulo. O professor considera essa como a grande solução para combater o problema da mobilidade urbana.

"Em Londres o pedágio urbano funciona bem e custa cerca de R$ 36 por carro. Em São Paulo, acredito que esse valor poderia ser de R$ 10. Se cada carro passar na região central cerca de 50 vezes por ano, teríamos R$ 500 por ano. Multiplicando-se pelos 6 milhões de carros que existem na capital, teríamos um adicional nas receitas da ordem de R$ 3 bilhões", explicou.

A capital inglesa é um dos grandes exemplos citados pelo professor, que afirmou que os 10 anos do pedágio urbano em Londres foram comemorados com festa. Os carros da cidade são equipados com chips que informam o sistema e o cidadão recebe a fatura pelo correio no fim do mês.

Outras contas
Fedmann apresentou um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas indicando que, com o tempo que as pessoas gastam paradas no trânsito paulistano -cerca de 1h30 por dia- são desperdiçados R$ 30 bilhões em produtividade.

Além disso, outros R$ 10 bilhões são gastos em tratamentos de doenças relacionadas ao estresse, problema agravado pelos congestionamentos, "O custo por habitante de São Paulo é de R$ 8 mil por ano", concluiu.

Ele disse que apresentou a proposta do pedágio de R$ 10 ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). "Ele disse que é uma medida que tem que ser estudada. Ele é a favor de aumentar o imposto sobre o combustível para os veículos particulares. Mas na minha opinião, acho que o efeito psicológico do pedágio urbano é maior", opinou.

Feldmann não descarta a adoção de outras medidas. "Acho que tudo que diminua o uso do carro particular tem que ser feito. Também precisa haver uma mudança de comportamento. Em São Paulo, 82% dos carros trafegam com uma pessoa só. Em nenhuma outra cidade esse nível é tão alto. Algumas cidades têm pistas exclusivas para carros que carregam mais passageiros. Também é algo a se pensar", acrescentou.


Fonte.: TNOnline FolhaPress