quarta-feira, 27 de julho de 2011

Roubo de cargas no Brasil: uma verdadeira batalha

Historicamente, o Brasil utiliza majoritariamente as rodovias no transporte de cargas. Questões estruturais, como uma malha rodoviária insuficiente, sucateada e perigosa, são algumas das queixas dos empresários por comprometer prazo e integridade da mercadoria. E o roubo de cargas vem preocupando cada vez mais: em 2010, o prejuízo foi de 280 milhões de reais, segundo o Sindicato de Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região.

Dados da organização apontam que 80% dos roubos acontecem no Sudeste - centro econômico do Brasil que concentra a maior movimentação de cargas de várias regiões do país. O prejuízo só neste primeiro semestre já chega a R$ 68 milhões na região.

“Mais do que uma questão de segurança pública, o crime influencia outras instâncias além do prejuízo para a iniciativa privada e vislumbra uma solução integrada”, afirma o Coronel Venâncio de Moura, assessor de segurança do Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro.

Por não ter uma configuração especial no Código Penal, o roubo de cargas não conta com uma punição adequada ou política de combate por parte do governo. Mesmo assim, o trabalho pela redução dos índices criminais no setor é incansável, como explica o coronel. “Acompanhamos a mancha criminal através dos dados estatísticos; buscamos a integração entre forças policiais e empresariado de transporte de cargas e buscamos, ainda, propor medidas preventivas no armazenamento, carregamento e transporte de cargas”, diz. O especialista sugere também a adoção de procedimentos para sigilo do tipo e destino da carga transportada.

Hoje, uma ferramenta parece ser comum, tanto para os bandidos, quanto para a polícia e empresários: a tecnologia. “O rastreamento, até bem pouco tempo, era uma ferramenta eficaz na prevenção ao roubo de cargas. Mas, do ano passado para cá, os ladrões estão utilizando o "Jammer" - um aparelho que bloqueia os sinais do satélite, comprometendo todo o sistema de segurança estabelecido”, explica o Coronel Venâncio.

No Paraná, a situação é semelhante. O Sindesp PR – Sindicato de Empresas de Segurança Privada, verificou que o uso de tecnologia de forma isolada na prevenção ao roubo de cargas é insuficiente para inibir este tipo de crime. E já existem algumas soluções inovadoras que incrementam a segurança neste segmento. “Temos rastreadores por GPS, dispositivos que só permitem a abertura dos compartimentos em locais previamente definidos e a chamada cerca eletrônica - travamento do veículo se desviar de uma rota preestabelecida”, explica Mauricio Smaniotto, presidente do sindicato. Além disso, ele explica que há gerações mais avançadas de equipamentos e soluções específicas para transportadoras de cargas.

Fonte.: NQM/Perkons