sexta-feira, 29 de julho de 2011

Revitalização do cais de Porto Alegre pode ficar pronta até 2013

É ainda um entrave burocrático que impede o início das obras que vão transformar o antigo cais de Porto Alegre em um complexo turístico de 187 mil metros quadrados às margens do Guaíba.

Como o terreno pertence à União, é preciso que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) assine um termo que concede a área portuária ao governo do Rio Grande do Sul. Sem a transferência, o projeto aprovado por licitação em dezembro de 2010 não pode sair do papel. Já há um entendimento entre as duas esferas de poder para que o acordo possa ser assinado até o final do mês.

Prevendo áreas de lazer, restaurantes, bares e lojas, o projeto de revitalização do Cais Mauá, como é conhecida a área central do porto da capital gaúcha, é aguardado há décadas, desde quando o atracadouro perdeu relevância comercial e foi desativado.

“O governo do estado e a prefeitura estão se empenhando para aprovar este projeto”, disse a secretária adjunta da Casa Civil, Mari Perusso. A partir da autorização fornecida pela Antaq, os projetos serão encaminhados para a aprovação dos técnicos da prefeitura, que trabalharão em uma força-tarefa em conjunto com profissionais da administração estadual. A intenção é acelerar ao máximo o ritmo de liberação das obras.

Confederações
A expectativa é que a primeira etapa possa ser concluída antes da Copa das Confederações, em 2013. Essa fase compreende a revitalização dos armazéns do Cais Mauá, construídos entre 1913 e 1927 e tombados pelo patrimônio histórico. Em seguida, será a vez de erguer e ocupar a área com atividades comerciais, como cafés, livrarias e restaurantes, e construir três torres, duas com 100 metros de altura, que ficarão próximas à rodoviária da capital e podem ser ocupadas por hotéis e escritórios.

Está prevista ainda a construção de um centro comercial ao lado da Usina do Gasômetro, outro monumento tombado. Os arquitetos do consórcio vencedor da licitação do projeto para a área preveem que a estrutura não tenha mais que quatro andares e se conecte com a praça Brigadeiro Sampaio por meio de um telhado verde.

O arquiteto responsável pelo projeto, Jaime Lerner, ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, está otimista. “Vejo que em Porto Alegre há vontade política, apoio da população e da imprensa para que essa obra saia do papel. Por essa razão, digo que deve ser a primeira a ficar pronta entre todas as revitalizações de orlas previstas no Brasil”, diz.

O prefeito José Fortunati, entretanto, observa que não é possível fazer uma projeção concreta porque, sem a liberação da área pela União, os investidores privados que financiarão a obra não garantem os valores de sua participação. “Sou cauteloso, mas tenho expectativa de que, com a assinatura do acordo neste mês, possamos liberar o início das obras ainda em 2011”, calcula Fortunati.

Fonte: ABEPL