quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Reajuste de combustível agora não é saudável ao país, diz Petrobras


A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse nesta terça-feira que não acredita que a paridade imediata dos preços dos combustíveis no Brasil em relação ao mercado internacional seja saudável para o país.

A executiva, que participou de audiência pública no Senado, disse que o reajuste dos combustíveis é fundamental para que a estatal cumpra seu plano de investimentos de 236 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, mas que a companhia trabalha pela "convergência de preços e não pela paridade imediata".

"Não acreditamos que a paridade de preços dos combustíveis imediata seja saudável para o país. O efeito de alta de preço do combustível na economia é grande", disse ela aos senadores.

A defasagem dos preços da gasolina nas refinarias brasileiras em relação ao mercado dos EUA está em 27,2 por cento, segundo cálculos feitos pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Os preços do diesel estão 27,7 por cento mais baratos, segundo o instituto.

A diferença ocorre porque os preços dos combustíveis no mercado norte-americano flutuam de acordo com as cotações do petróleo no mercado internacional, e no Brasil os preços se mantiveram inalterados nos últimos anos porque seguem a política do governo, controlador da Petrobras, de não repassar a volatilidade para o consumidor, evitando impactos na inflação.

Recentemente, porém, o governo permitiu que a estatal aumentasse os preços do diesel nas refinarias, em 3,9 por cento e 6 por cento, nos dias 25 de junho e 16 de julho, respectivamente.

A gasolina teve os seus preços reajustados apenas uma vez, em 7,83 por cento nas refinarias, em 25 de junho, mas sem repasse para o consumidor, já que houve uma compensação tributária.

A defasagem nos preços dos combustíveis foi um dos fatores que afetou o resultado da Petrobras, que teve no segundo trimestre o primeiro prejuízo líquido em mais de 13 anos.
Fonte.: Reuters