terça-feira, 13 de março de 2012

Sem Parar terá megarrecall no Estado


Por decisão do governo estadual, cerca de 2,5 milhões de veículos no Estado de São Paulo terão que trocar, a partir do ano que vem, o dispositivo do Sem Parar, equipamento usado para pagar de maneira eletrônica pedágios e estacionamentos.

Os motoristas terão entre 1º de janeiro de 2013 e 7 de novembro de 2014 para substituir os equipamentos, chamados de "tags". A venda do modelo atual do Sem Parar só poderá acontecer até 31 de dezembro próximo.

O número de automóveis com o Sem Parar -e, portanto, atingido pela medida- representa 11% da frota paulista, de 22 milhões de veículos, segundo a Artesp (agência reguladora dos transportes no Estado de São Paulo).

Os motoristas não foram informados dessa espécie de "megarrecall", publicada no "Diário Oficial" do Estado em novembro pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os responsáveis pelo Sem Parar sabem da mudança desde então.

Quase metade (49%) dos motoristas paga pedágio nas estradas de SP desse modo.
Pedágio por km - A intenção do governo é abrir caminho para a implantação do pedágio por km rodado, que usará outro "tag". Os testes do sistema começam em abril, em Indaiatuba, informa a Artesp.

Segundo o governo, haverá uma "troca de tecnologia" para "evolução do modelo". A discussão sobre a troca foi feita por um grupo de trabalho no ano passado.

A STP, que gere o Sem Parar, afirma que a troca será nos 249 pontos de atendimento no Estado, sem custo adicional para os motoristas. O que se paga, quando for o caso, é a adesão, diz a empresa.

Não está claro se motoristas dos outros seis Estados onde o Sem Parar opera (RJ, RS, MG, BA, SC e PR) terão que trocar os "tags". Há 3,5 milhões de clientes ao todo.

Se não tiverem, isso causará uma dificuldade: quem vem do Rio para São Paulo não conseguirá usar o dispositivo nas rodovias e vice-versa. A STP não se manifestou.

Diante da iminência de extinção do atual Sem Parar, a empresa barateou o "tag". Um dos planos prevê adesão gratuita -no plano convencional, ela sai a R$ 66,72.

Troca - Não há nenhum informe no site do serviço de que ele será substituído a partir do ano que vem. "Não sabia", diz o advogado e empresário Luiz Carlos Guilherme, 45, que pagou os R$ 66,72 pela adesão há alguns anos.

Nas rodovias paulistas já é possível notar sinais da troca que está por vir. Desde dezembro, a venda de Sem 
Parar nas praças de pedágio do Estado está proibida.

Responsável pelo veto, a Artesp justifica que a presença dos vendedores é um risco à segurança.

Mas o próprio governo havia autorizado, no passado, a presença dos vendedores ali. Segundo a Artesp, o aval anterior era "informal" -e a ordem dada em dezembro disciplinou a questão.

Modelo é mais suscetível à clonagem - Foi precipitada a decisão de trocar os "tags" do Sem Parar, disse à Folha um profissional do setor, sob anonimato. Segundo ele, o futuro modelo é menos seguro e mais suscetível a clonagens do que os atuais. A Artesp disse que o novo "tag", de 915 Mhz, é seguro e usado com êxito nos Estados Unidos, e que não haverá impactos para o motorista.

Fonte: folha de S.Paulo