segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Restrição prejudica agricultores

A produção agrícola mogiana pode ser amplamente prejudicada pelas restrições de tráfego impostas pela Prefeitura de São Paulo em grandes vias, incluindo as marginais Tietê e Pinheiros. Estima-se que pelo menos a metade dos perecíveis produzidos na Cidade passe pela Capital durante o processo de escoamento. Por isso, as proibições de circulação, que podem começar a vigorar já a partir do dia 1º de maio, podem ter consequências catastróficas para os agricultores de Mogi das Cruzes. Feirantes e compradores da Capital, além dos próprios consumidores, também serão prejudicados. Os agricultores afirmam que, caso a decisão seja mantida, poderá haver queda na qualidade dos produtos, aumento de preços e até desabastecimento da Capital.

A Prefeitura de São Paulo aumentou o cerco aos veículos de carga em dezembro passado, quando a restrição passou a valer para as duas marginais, além de outras oito ruas. A circulação dos caminhões foi proibida de segunda à sexta-feira, entre das 4 e 10 horas e das 16 às 22 horas; e aos sábados, das 10 às 14 horas. A princípio, a aplicação de multas começaria em 12 de janeiro, mas foi adiada para 1° de março como resultado de uma ampla mobilização liderada pelo deputado federal Junji Abe (PSD), com apoio de agricultores locais. O grupo também já conseguiu a liberação do tráfego de cargas perecíveis durante todo o período da manhã, porém, a medida é considerada insuficiente.
Membro do Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, o agricultor Minoro Mori explica que os caminhões não conseguem voltar do Ceagesp antes das 16 horas, quando começará a valer a restrição, a partir do dia 1º de março. "Os agricultores vão ter muitas dificuldades para retornar a tempo. Além disso, eles enfrentarão problemas com os compradores que fazem os negócios à tarde e não vão poder esperar dentro do Ceagesp até as 22 horas para transportar os produtos, que serão perecíveis. Isso vai acabar desestimulando a compra e a venda também. Todo este problema pode ocasionar o desabastecimento da Capital".

Mori explica que Mogi das Cruzes ainda não tem um cadastro que indique a quantidade exata de produtores e os locais de escoamento da produção (leia mais nesta página). Por este motivo, não é possível levantar, com exatidão, quantos produtores mogianos podem ser prejudicados pelas restrições de trânsito na Capital. Porém, ele calcula que este número é bastante alto. "Sem dúvida alguma, mais de 50% da nossa produção passam por São Paulo, seja para encaminhamento à Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo) ou para chegar a municípios de outras regiões. E todos eles serão diretamente prejudicados".
Um dos agricultores que deverão sofrer as consequências das novas regras de circulação na Capital é Roberto

Fonte: O Diário de Mogi