sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mudanças no transporte de água e gás

A resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que proíbe o transporte de botijões de gás e galões de água em motocicletas entra em vigor hoje em âmbito nacional. As novas especificações permitem apenas que esses produtos sejam transportados pelas motos se tiverem adaptadas com um sidecar (compartimento apropriado para transporte de cargas, acoplado ao lado das motos), reboque ou mesmo o transporte em outros veículos como caminhonetes. Segundo o órgão responsável pela resolução, as mudanças são para aumentar a segurança nas ruas.

A adaptação das motos ou a aquisição de um novo veículo adaptado pode variar de R$ 2 mil a R$ 17 mil. O comerciante Cledemir Nardeli já está se preparando para as mudanças. “As adaptações só são realizadas em Araraquara, em Catanduva não são feitas”. Em muitas cidades os preços dos serviços de entrega serão aumentados em 10% para compensar os gastos com a regularização, mas em Catanduva até o momento nenhum comércio que realiza o serviço divulgou o aumento e os entrevistados garantiram que o preço na será repassado aos consumidores. Uma outra mudança que pode ocorrer para os consumidores é o tempo de entrega. Como as motocicletas eram mais rápidas e fáceis de carregar os produtos, agora a previsão é que as entregas fiquem mais demoradas.

Porém, em Catanduva os proprietários e funcionários de estabelecimentos de destruição e venda de água e gás se mostraram surpresos com o prazo para regularização das motos. Os entrevistados não receberam nenhuma notificação dos órgãos públicos municipais, ou mesmo estaduais, e nem ao menos de uma associação responsável. As únicas informações que receberam foram através de veículos midiáticos. Segundo Osvaldo Roberto Marques, proprietário de outro estabelecimento, na hora de notificar as mudanças ninguém se pronuncia, mas na hora de multar a prefeitura está atenta.

A resolução 356 do Contran, que especifica a proibição no parágrafo 12, gerou dúvidas entre os comerciantes e causou preocupação no presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg – Br), Alexandre Borjaili, “A consequência é que a população de baixa renda pode ficar desabastecida. Nas áreas centrais, a entrega é feita em veículos maiores”. Essa preocupação está relacionada às áreas de periferia que não têm ruas asfaltadas ou que têm vielas que não comportam o tráfego de uma caminhonete. Nesses casos os motoristas teriam que abandonar o veículo sozinho por um tempo e realizarem a entrega a pé por onde a caminhonete não consegue chegar.

Os empresários de outras localidades que foram notificados de uma fiscalização mais rígida, estão reivindicando a possibilidade de carregarem ao menos um botijão de cada vez nas motocicletas. Mas o Contran até o momento se manteve irredutível quanto às mudanças na resolução.

Fonte: oregional.com.br