segunda-feira, 18 de julho de 2011

Presidente da CNA defende investimentos em logística de transporte

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, criticou, em discurso no Plenário do Senado, a falta de investimentos em logística e lembrou que o investimento em 2.700 quilômetros de uma hidrovia, a Tocantins, permitiria o escoamento de tudo o que produzido na Zona Franca de Manaus e a distribuição de todo o combustível da região Norte do País e do Centro-Norte, reduzindo custos. “A hidrovia Tocantins está empatada por uma eclusa em Lajeado”, lembrou ao acrescentar que está sendo construída outra hidroelétrica em Estreito, também sem a eclusa. “Os barramentos próximos ao futuro Porto de Praia Norte impedem que essa hidrovia possa ser um instrumento poderoso para o Brasil diminuir custo”, afirmou. A construção da hidrovia Tocantins, estimou, custaria R$ 1,5 bilhão, valor inferior ao desviado, segundo denúncias da revista Veja, em apenas uma obra conduzida pelo Ministério dos Transportes no período de um ano.

A senadora Kátia Abreu avaliou, também, a condição do transporte hidroviário em países que concorrem com o Brasil no mercado internacional. Enquanto os Estados Unidos têm 41 mil quilômetros de hidrovias; a China tem 124 mil; a Rússia, 102 mil; e o Brasil, 7 mil quilômetros de hidrovias. “Essa condição empata o nosso crescimento.

Estamos empatando os nossos Mississipis com as hidrelétricas sem as eclusas”, afirmou. Ao criticar a falta de investimentos em logística, a senadora Kátia Abreu citou denúncias de superfaturamento em obras do Ministério dos Transportes. “É por isso que o dinheiro não dá. Se é um sistema viciado, de anos e anos, vamos corrigir, vamos estancar essa ferida. Mas nós precisamos de logística. O País não pode continuar com o custo com que se encontra”, afirmou.

Para comprovar a ineficiência do sistema brasileiro de transporte, a presidente da CNA acrescentou, ainda, que são quatro milhões de quilômetros de rodovias asfaltadas nos Estados Unidos; na China, são 1,5 milhões de quilômetros asfaltados; e no Brasil, 196 mil quilômetros. “Esses são nossos concorrentes. Nossos concorrentes são os americanos, são os chineses, são os australianos, são os canadenses, que vão nos tirar do ramo, porque não temos logística”, afirmou. Acrescentou, ainda, as péssimas condições das estradas. “Nós sabemos que 70% das estradas do País são péssimas ou ruins”, avaliou.

Fonte: CNA