quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Governo Federal já cogita reassumir estradas que iriam a leilão


O governo poderá retirar do programa de concessões trechos rodoviários que a iniciativa privada não considerem viáveis para a cobrança de pedágio.

Ao longo desta semana, o ministro dos Transportes, César Borges, terá reuniões com empresários para que eles apontem, nas oito concessões ainda previstas, quais não teriam viabilidade.

Nos casos em que não houver solução que equilibre preço de pedágio e interesse dos empresários, as rodovias sairão das concessões.

A indicação foi dada logo pela manhã pela presidente Dilma Rousseff, em entrevista a rádios gaúchas.

A presidente disse que, nas concessões rodoviárias, era complicado conciliar os ganhos pedidos pelos empresários com o valor do pedágio que as pessoas estão dispostas a pagar. "Quando não der para unir as duas coisas, nós iremos fazer obra pública."

PAC
Todos os nove trechos rodoviários que estão indo a leilão estavam no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para que recebessem obras de duplicação bancadas pelo orçamento, alguns desde 2007. Eles somam 7.500 km, dos quais 5.500 km precisam de duplicação.

A falta de velocidade do poder público levou a presidente, em 2011, a passar para o programa de concessões as rodovias consideradas mais estratégicas para o sistema logístico do país.

A expectativa era apressar as obras com a participação da iniciativa privada.

Mas o programa de concessões também atrasou, e o primeiro leilão só começou na sexta-feira. Hoje deverá ser conhecido o vencedor da primeira concessão, a da BR-050/MG-GO.

Os atrasos foram causados por problemas técnicos nos estudos e também pela reclamação de baixa rentabilidade nos negócios. A falta de interessados para uma das rodovias, a BR-262/MG-ES, porém, aponta para um problema estrutural.

O preço dos pedágios está alto devido à imposição de que um grande volume de obras seja feito em cinco anos, o que encarece custos.

Pedágios altos podem afugentar os usuários em algumas regiões, criando um risco para a concessão.


Fonte.: Folha de S. Paulo