terça-feira, 9 de abril de 2013

Fim de multa não deve afetar trânsito


A proposta aprovada em primeira votação pela Câmara Municipal de São Paulo, que prevê o fim da cobrança de multa para motoristas que descumprirem o rodízio municipal de veículos uma vez ao ano, não terá efeitos práticos no aumento do trânsito da cidade.

A análise é do consultor de trânsito Horácio Augusto Figueira. “Pelas contas que fiz, se a lei for aprovada, pode trazer um acréscimo médio de 4,2 mil veículos nos horários de pico e isso não vai representar nada para o trânsito já caótico”, disse o especialista. Segundo ele, no horário de pico circulam cerca de um milhão de veículos pela cidade e o rodízio retira 20% desses carros. “Se os motoristas resolverem infringir a lei uma vez por ano, isso traria um acréscimo de cerca de 0,5% de veículos no horário de pico.”

Já o ambientalista Fábio Feldmann, idealizador do rodízio, disse que a proposta, do vereador Mário Covas Neto (PSDB), representa um retrocesso. “Na verdade, você estimula as pessoas a transgredirem uma vez por ano e isso terá efeitos numa cidade já castigada pela poluição gerada por uma frota de sete milhões de veículos”, afirmou. Mesma opinião tem o vereador Gilberto Natalini (PV): “Isso é um atentado à saúde pública”.

Pela proposta, em vez de pagar a multa, o motorista receberá uma advertência por escrito, livre de encargos financeiros. A multa só será paga em caso de reincidência em período anterior de 12 meses.
O projeto precisa ser aprovado em segunda votação antes de ser encaminhado ao prefeito Fernando Haddad (PT). Os pontos referentes à infração continuariam sendo computados na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

Segundo o vereador Arselino Tatto (PT), líder do governo na Câmara, os partidos chegaram a um acordo para que cada parlamentar tivesse um projeto aprovado, em primeira votação, na sessão de anteontem. Por esta razão, a proposta de Covas Neto foi aprovada.
“Vamos trabalhar para rejeitar a proposta em segunda votação, mas se isso não acontecer o prefeito vai vetá-la”, afirmou o líder.

Fonte.: Diário de S. Paulo