quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Prefeitura de São Carlos, SP, estuda restringir a circulação de caminhões


A Prefeitura de São Carlos (SP) estuda restringir a circulação de caminhões em ruas da área urbana, limitando horários e direcionando os veículos para marginais e vias expressas. A medida, que ainda não tem prazo para acontecer, deve diminuir o número de acidentes envolvendo esse tipo de veículo, já que um levantamento da Polícia Militar mostrou que eles cresceram 26,4% na área urbana em 2012 em relação a 2011.

Segundo a PM, há dois anos foram registrados 34 acidentes com caminhões na cidade. Já no ano passado, o número saltou para 43. O aumento do fluxo de veículos pesados justifica os números, mas a imprudência e a falta de estrutura de algumas ruas para esse tipo de tráfego também contribuem.

O secretário de Transporte e Trânsito, Celso Higashi, reconheceu que o fluxo de caminhões na cidade é um problema. Segundo ele, a prefeitura vai fazer um mapeamento das ruas mais críticas. “Procuraremos evitar as vias locais, destinando os caminhões às marginais e vias expressas, onde temos um pavimento de melhor qualidade para suportar a carga desses caminhões”, disse.

Segundo Higashi, além de evitar acidentes, o objetivo é diminuir os impactos causados pelos caminhões na malha viária, diminuir a poluição, que é maior por parte dos caminhões pesados, e melhorar o fluxo do trânsito. "Seria uma restrição de horários e dos pontos onde iriam circular", disse. Apesar disso, ainda não há prazo para o projeto ser implantado.

Dificuldades

Os motoristas de motos e carros afirmam que nem sempre é fácil dividir o espaço com os veículos de carga. “Atrapalha bastante porque eles ficam no caminho, eles acham que são donos da rua e isso dificulta muito. Todo mundo tem que colaborar para o trânsito poder melhorar”, disse a babá Camila Araújo.

Os caminhoneiros dizem que também enfrentam desafios pelo caminho. Felipe da Silva faz entregas no Centro da cidade há cinco anos. “Você tem que passar mais devagar, tem rua que é estreita. Você não sabe se desvia do carro ou da árvore”, afirmou.

Em um trecho da Rua Sete de Setembro, o caminhoneiro mostrou como precisa fazer várias manobras para evitar uma batida em outro carro.

Como o caminhão tem mais de quatro metros de altura, os fios de energia e por pouco não esbarra nos fios elétricos. “A rede de fios é baixa, os carros não respeitam [o estacionamento] a seis metros da esquina, às vezes param a um metro da esquina e você tem que manobrar”, reclamou.

O colega dele, o caminhoneiro José Augusto Baldan, dele também explicou que enfrenta muitos problemas. “Tem ruas que é apertado para passar, altura de fios, árvores. Teria que melhorar as áreas para poder encostar, livrar mais as esquinas para poder virar”, disse.

Vítimas

A imprudência de alguns motoristas acaba fazendo vítimas no trânsito da cidade. Douglas Lima da Silva, por exemplo, morreu atropelado por um caminhão em outubro do ano passado, na Avenida João Lourenço Rodrigues, perto da Praça Itália. “Eles não respeitam quem está na rua, eles acham que são donos do mundo. Porque eles são grandões, então os pequenos que saiam de perto”, lamentou a mãe de Douglas, Ana Maria Lima.

Fonte.: G1