quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Haddad estuda reembolsar taxa da inspeção veicular


A Prefeitura de São Paulo estuda devolver a taxa da inspeção veicular paga pelos motoristas em vez de simplesmente extingui-la, como o prefeito Fernando Haddad (PT) prometeu em campanha.

O argumento é que contrato com a Controlar impede que o Tesouro municipal remunere os serviços.

Em outras palavras, pelo contrato é proibido sair dinheiro direto dos cofres municipais para a empresa.

A saída jurídica para a questão é devolver o dinheiro de quem for aprovado na inspeção.
Dessa forma, a prefeitura estaria subsidiando o proprietário do veículo, não a empresa.

O prefeito Haddad ainda não bateu o martelo.

A decisão final deve sair nesta semana, pouco antes do envio do projeto de lei sobre o assunto para a Câmara.

A tendência, no entanto, é que a devolução seja a opção adotada mesmo.

EQUILÍBRIO FINANCEIRO

A Controlar tem um contrato de concessão com a prefeitura que vale até 2018.

Por ser assim, o poder público, que deu a concessão ao setor privado, pode implementar a regrar que quiser.

Existe apenas um item, conforme a Folha apurou, que não pode ser quebrado.

O equilíbrio econômico e financeiro do contrato deve ser mantido, sob pena de a administração pública ter que ressarcir a Controlar por eventuais perdas.

EXEMPLO

Um exemplo concreto: para atender à atual demanda, a empresa precisou montar uma série de centros de inspeção e, também, contratar mão de obra para o serviço.

Na hipótese de a inspeção virar bianual, o esquema privado montado para a checagem da frota vai ficar ocioso, provavelmente pela metade.

Ou seja, a Controlar poderá cobrar a conta da prefeitura. Ou, então, pedir que o prazo do contrato seja esticado.

O poder público, por sua vez, pode recorrer à Justiça se ele achar que a conta para ele pagar ficou alta demais.

MINISTÉRIO PÚBLICO

A prefeitura também estuda "mudar o polo" na ação que o Ministério Público Estadual move contra o contrato da inspeção veicular.

Hoje, a prefeitura é ré no processo.

Haddad analisa pedir à Justiça que mude a prefeitura para coautora da mesma ação.

Assim, oficialmente, a administração passaria a concordar com os argumentos dos promotores de que o contrato não poderia ter sido firmado nos moldes que foi.

Fonte.: Folha de S. Paulo