quarta-feira, 25 de julho de 2012

Caminhoneiros descartam negociar greve com ANTT


"Não haverá negociação". Esta é a posição do presidente do Movimento Brasil Caminhoneiro (MUBC), Nélio Botelho, sobre a paralisação nacional dos caminhoneiros programada para hoje (25).

O movimento promete paralisar 2 milhões de motoristas caso a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não revogue por completo a resolução 3056/09, que regulamentou as alterações na Lei 11442/07.
"Não haverá negociação. Não existem reivindicações. Ou a ANTT revoga a resolução ou nós paramos tudo", afirmou Botelho.

Segundo o presidente do MUBC, a resolução 3056/09 trouxe muitos prejuízos aos caminhoneiros, como a inclusão de novos transportadores no mercado, o que provocou uma concorrência desleal e jogou o valor do frete para baixo. "O preço caiu 30% e os caminhoneiros acumulam prejuízos no transporte. Não existe lucro", disse.

Outro ponto apontado pelo movimento é em relação à carga horária e o tempo de descanso definido pelo Estatuto do Motorista (Lei 12619/12). O texto estabelece que o caminhoneiro deva cumprir um tempo de descanso diário de 11 horas. Porém, os manifestantes alegam que as rodovias não possuem pontos de apoio para os caminhões pararem.

De acordo com Botelho, a manifestação reúne toda a categoria do setor de transporte rodoviário: motoristas empregados, comissionados, autônomos, empresas de transporte e cooperativas de transporte. 

O presidente ainda afirmou que se a paralisação passar de dois dias, a população começará a sofrer com o desabastecimento de mercadorias.

Procurada pelo Terra, a ANTT informou que não irá se pronunciar sobre o assunto e revelou que pretende discutir as exigências com a categoria em um fórum programado para agosto.

Fonte: Terra