sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Motoristas andam grudados, diz técnico

Os acidentes mais frequentes no sistema Anchieta-Imigrantes são colisões traseiras, que somam 34,5% das batidas até setembro deste ano.
Essa característica é mais comum nessas estradas do que no resto da malha rodoviária paulista, onde elas representam 19% dos casos. As explicações são a alta velocidade permitida (até 120 km/h), a distância insegura entre os veículos e a presença excessiva de caminhões.
"Os motoristas andam grudados no carro da frente", diz Humberto Pullin, engenheiro de tráfego e consultor. "Há rampas fortes na serra. E os veículos pesados aumentam a virulência dos acidentes", diz Creso de Franco Peixoto, professor da FEI.
Na última década, os caminhões no sistema aumentaram num ritmo mais de duas vezes superior ao dos carros. A alta foi impulsionada pelo crescimento econômico e facilitação da viagem rumo ao porto de Santos, por exemplo, pelo Rodoanel. Os veículos comerciais (caminhões, ônibus) somam 18% do tráfego e mais de um a cada cinco envolvidos em acidentes. Mas, diz a Ecovias, houve queda neste ano.
O ritmo de ocorrências ganhou mais casos para novas estatísticas. No dia 5, uma dona de casa de 54 anos morreu e nove pessoas ficaram feridas num engavetamento com oito veículos na Anchieta.
O motorista do caminhão desgovernado culpou a perda de freio. O tacógrafo indicava excesso de velocidade. Embora a colisão traseira seja mais frequente, os atropelamentos são os que mais matam (30% das vítimas). Mais de dois terços das batidas no sistema são em dias de tempo bom. Só 3,4% ocorrem sob neblina -mais que a média de 0,9% no Estado.
Segunda em acidentes - Das 18 malhas estaduais concedidas em SP, a da Ecovias é a segunda em índices de acidentes e de feridos. Os dados são de janeiro a agosto de 2011. Foram calculados pela Artesp (agência que regula as concessões) , levando em conta a extensão e a quantidade de veículos.
A Ecovias cita dois fatores para isso: trechos urbanos, onde há mais interferências (travessia de moradores), e presença maior de turistas (usuários que desconhecem a estrada).

Fonte: Folha de S. Paulo